O comissário de imigração da União Europeia(UE), Dimitris Avramopoulos, disse nesta quinta-feira que as barreiras do tipo que a Hungria ergueu na fronteira com a Sérvia são soluções temporárias que só desviam refugiados e imigrantes para outros países e elevam as tensões. A Hungria deteve na quarta-feira 29 imigrantes que exigiam ser autorizados a passar para outros países da UE através da fronteira húngara recém fechada e entraram em confronto com a polícia, que usou jactos de água e gás lacrimogéneo.
“A maioria das pessoas que chegam à Europa é formada por sírios que precisam de nossa ajuda”, disse Avramopoulos, em entrevista à imprensa conjunta com os ministros de Relações Exteriores e do interior da Hungria. “Não há muro que você não vá escalar, nem mar que você não atravesse, se estiver a fugir da violência e do terror”, disse. “Temos o dever moral de oferecer-lhes protecção.”
Avramopoulos convidou a Hungria a continuar a trabalhar com a Comissão Europeia para encontrar soluções comuns e duradouras, acrescentando que a violência não é a resposta. A Hungria planeia estender a cerca também para seus limites com Roménia e Croácia (em parte), em uma medida que diz ser necessária para proteger a fronteira externa da União Europeia e a área do espaço Schengen, onde não há controles de fronteira.
O secretário-geral das ONU, Ban Ki-moon, expressou choque e alarme pelo modo como as autoridades lidam com os refugiados e imigrantes na fronteira da Hungria e Sérvia, advertindo que eles devem ser tratados com dignidade e ter seus direitos humanos respeitados.
Mas o chanceler húngaro, Peter Szijjarto, atacou quem critica o modo como a Hungria lida com os confrontos. “É bizarro e chocante como alguns membros da vida política internacional e da imprensa internacional interpretaram os acontecimentos de ontem”, disse Szijjarto, sem citar ninguém especificamente.