Uma caravana de automóveis em que seguia o presidente do partido Renamo, Afonso Dhlakama, foi atacada no início da noite deste sábado(12) na província de Manica, por homens das forças de defesa e segurança de Moçambique havendo cinco feridos, mas o líder da oposição saiu ileso.
O ataque, testemunhado pela agência Lusa no local, foi dirigido por homens da Unidade de Intervenção Rápida das forças de defesa e segurança de Moçambique, cerca das 19:00, em Chibata, junto do rio Boamalanga, quando a comitiva de Dhlakama regressava de um comício em Macossa e se encaminhava para Chimoio, capital de Manica.
Os militares do partido Renamo responderam aos tiros e entraram no mato em perseguição dos homens da UIR, enquanto o resto da comitiva, incluindo Dhlakama, permaneceu no local.
O carro do presidente da Renamo não foi atingido, mas o motorista de um dos veículos da caravana ficou ferido com gravidade.
Um militar da Renamo avançou à Lusa a existência de outros quatro feridos entre os homens da UIR.
Polícia nega autoria de ataque
A polícia moçambicana negou a autoria da emboscada no sábado contra a caravana do líder do partido Renamo atribuindo o ataque a um grupo de desconhecidos. “Quem disparou não consigo descortinar”, afirmou, em declarações à agência Lusa, Armando Mude, comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica.
“A informação que tenho é da existência às 19:30 de um tiroteio, um pouco depois do cruzamento de Tete. Eu não consigo chegar lá, porque trata-se de uma caravana de homens armados (da Renamo), com um efectivo de cerca de 40 a 50 homens”, declarou Armando Mude.
“Não sabemos quem disparou”, insistiu à Lusa o comandante provincial da PRM, alegando que “ou a Renamo entrou na emboscada ou fez a emboscada” e que ainda tinha poucas informações, pela circunstância de ser noite e de se tratar de uma ocorrência envolvendo um partido com uma força armada.
Quase vinte minutos depois da emboscada, repelida a tiros pela guarda do partido Renamo, uma viatura da UIR, lotada de agentes desta força, passou no local, fazendo sinais de emergência, observou a Lusa. Meia hora depois uma ambulância cruzou também o local em direcção a Chimoio.
Após o ataque, e face à ameaça de uma segunda emboscada, Afonso Dhlakama, que comandou pessoalmente o desdobramento da sua guarda, ordenou que fosse feito uma escolta da sua caravana a pé para os restantes 15 quilómetros para Chimoio e que demoraram quatro hora a percorrer.
A viatura em que seguia o líder da Renamo foi alvejada com um tiro na porta esquerda, sem feridos. Já o carro em que seguia a segurança privada de Dhlakama ficou com o párabrisa quebrado, e um terceiro veículo ficou imobilizado, com os pneus furados por balas.