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Aperto na classe económica levanta dúvidas sobre saúde e segurança a bordo

As companhias aéreas estão instalando cada vez mais assentos na classe económica para proteger as margens de lucro da queda dos preços das passagens, o que levantou preocupações com a saúde e a segurança de passageiros e tripulação.

Designs mais finos, saídas de emergência extras e colocação criativa de cozinhas e casas de banho estão a contribuir para o grande aperto de assentos, dizem observadores do sector. “Se você é um cachorro, você tem regras muito específicas, mas se você é um ser humano, não existem regras específicas sobre o que é humano”, afirmou o chefe do grupo Travelers United, Charlie Leocha, a uma comissão consultiva do governo dos Estados Unidos que analisa a questão em Washington nesta semana.

O espaçamento das poltronas, a distância de um assento para o mesmo local à frente ou atrás, foi reduzido para menos de 71 centímetros em alguns voos, contra o espaço mais comum de 79 ou 81 centímetros na classe económica, de acordo com a indústria de assentos.

As fabricantes de avião Boeing e Airbus estão a aumentar o número de lugares que podem ser espremidos em cada fila. Tornando as coisas ainda mais apertadas para os passageiros, as companhias aéreas têm conseguido controlar de uma forma melhor a venda de bilhetes e encher os aviões, o que significa que o assento do meio raramente fica livre. Os factores económicos são claros.

Os preços médios de passagens aéreas devem cair 5 por cento neste ano, de acordo com o órgão internacional de aviação IATA, enquanto que as companhias aéreas devem registar a sua melhor margem de lucro líquido em cinco anos, ainda que em apenas 3,2 por cento. Mas os impactos na saúde e na segurança ainda estão a ser debatidos.

A falta de espaço tem provocado mais casos de raiva a bordo, disse uma representante da Associação de Profissionais de Bordo, Julie Frederick, na audiência da Comissão Consultiva para Protecções do Consumidor de Aviação em Washington.

Vários voos tiveram que desviar no ano passado depois que os passageiros envolveram-se em brigas por assentos reclináveis e pela falta de espaço para as pernas. A situação também está dificultando o trabalho da tripulação para tratar qualquer pessoa que necessite de ajuda médica, acrescentou Frederick.

O número de passageiros que um tipo de aeronave tem permissão para transportar é definido principalmente pela rapidez com que as pessoas podem sair em caso de emergência, daí as saídas extras.

O director de facilidades na companhia de baixo custo Allegiant, Keith Hansen, disse na audiência que não achava que a maior densidade de assentos aumentava os riscos em caso de uma emergência. “Não acreditamos que haja qualquer risco de segurança numa evacuação de emergência… Estas aeronaves são todas aprovadas e certificadas pela FAA”, disse ele, referindo-se à Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos.

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