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Afonso Dhlakama diz que os seus guerrilheiros podem desobedecê-lo

Na sequência da troca de tiros, na última quinta-feira (02), entre os guerrilheiros da Renamo e as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), no posto administrativo de Nalazi, no distrito de Guijá, em Gaza, o que consubstancia uma clara violação da Lei no. 29/2014, que aprova o Acordo sobre a Cessação das Hostilidades Militares, Afonso Dhlakama diz que se tratou de um incidente sobre o qual não assume a autoria e, antes que a sua guerrilha lhe desobedeça, vai falar com o Presidente da República, Filipe Nyusi, para que imponha ordem nas suas forças.

O líder do maior partido da oposição no país explicou a jornalistas, no sábado (04), que os seus guerrilheiros têm vindo a sofrer perseguições e provocações protagonizadas pelas FADM; por isso, deslocaram-se de Inhambane para Gaza como forma de evitar abrir fogo contra os seus adversários.

Dhlakama alegou ainda que, naquele dia, a Renamo foi bombardeada no posto administrativo de Nalazi, no distrito de Guijá, a 80 quilómetros da cidade de Xai-Xai. Os militares que perpetraram tal acto “saíram de Maputo” com essa finalidade.

Segundo ele, no último sábado (04), ao meio-dia, os mesmos militares voltaram a atacar posições da suaguerrilha com recurso a morteiros de calibre 82, mas foram travados a 300 metros da base. “O nosso comandante estava muito nervoso e queria autorização para perseguir” as FADM e “destruir tudo. Voltei a dizer não, não, não pode fazer” isso.

“Hoje (sábado), à noite, ou amanhã (domingo), vou usar canais próprios para fazer chegar (a mensagem) ao Presidente Nyusi, para que ele possa mandar parar antes que os comandos da Renamo comecem a desobedecer-me”, disse Dhlakama, acrescentando que os seus guerrilheiros se encontram no Guijá em virtude de estarem a fugir das perseguições “das forças da Frelimo”, que chegam a estar entre 10 e 20 quilómetros das posições contrárias.

“Os nossos guerrilheiros, com receio de serem surpreendidos, de serem obrigados a ter de responder militarmente, têm de esquivar. Neste caso, as forças da Renamo não estão a esquivar em direcção ao norte, mas, sim, para o sul, e acabarão por entrar na província de Maputo”, alertou Dhlakama.

Enquanto isso, três homens armados da “Perdiz”, que respondem pelo nomes de Ramos Covane, Francisco Machava e Yossuff Kolikoli, foram detidos pela Polícia em Gaza, acusados de atacar, quinta-feira (02), uma posição das FADM, de acordo com a Rádio Moçambique, que acrescentou que os mesmos indivíduos, supostamente comandados por um cidadão de nome João Chibadula, estavam a cumprir ordens de Dhlakama e deviam instalar-se na cidade de Maputo.

Contudo, António Muchanga, porta-voz da Renamo, disse à Lusa que as pessoas detidas em Macarretane, Chihaquelane e Xai-Xai, conforme indica a Polícia, não pertencem ao seu partido. Ele desconhece as detenções e estranha que os visados tenham sido detidos longe do local do tiroteio em Guijá.

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