Um avião da Airbus operado pela companhia Germanwings, unidade de baixo custo da companhia aérea alemã Lufthansa, caiu numa região remota dos Alpes franceses nesta terça-feira, e teme-se que todas as 150 pessoas a bordo estejam mortas. O presidente francês, François Hollande, e o rei da Espanha, Felipe VI, declararam não acreditar que haja sobreviventes do acidente com o avião A320, e o CEO da Lufthansa falou num dia sombrio para a empresa alemã.
“As condições do acidente, que ainda não foram esclarecidas, levam-nos a pensar que não há sobreviventes”, disse Hollande. As autoridades francesas afirmaram que havia 144 passageiros e seis tripulantes a bordo e que o avião emitiu um pedido de socorro às 11h47, cerca de 52 minutos após a decolagem.
Um site não oficial de rastreamento de dados indicou que a aeronave teria caído bruscamente da altitude de 35 mil pés, mas não pareceu ter sido uma queda tão rápida quanto a de aeronaves que tiveram perda total de controle.
Entretanto, especialistas do sector de segurança alertaram contra a leitura de dados de terceiros, especialmente sobre áreas remotas, e disseram que esperam que as caixas-pretas, contendo as prováveis respostas, sejam retiradas rapidamente.
O acidente aconteceu na região dos Alpes conhecida por ser local de caminhadas e esqui, mas de difícil alcance para serviços de resgate.
Enquanto helicópteros e veículos de emergência chegavam ao local, houve relatos de que as condições climáticas eram más. “Haverá muitas nuvens nesta tarde, com tempestades e neve acima de 1.800 metros. Isto não vai ajudar os helicópteros nos seus trabalhos”, disse um oficial de um centro meteorológico local à Reuters.
O presidente francês disse que é provável que haja um número significativo de alemães no voo, que ia de Barcelona a Duesseldorf, e acrescentou: “O acidente aconteceu em uma zona que é especialmente difícil de alcançar.”
Um porta-voz da vice-Primeira Ministra da Espanha, Soraya Sáenz de Santamaría, disse que 45 pessoas que estavam no voo tinham sobrenomes espanhóis.
Foi a primeira queda de um avião comercial em solo francês desde o acidente com um Concorde nas proximidades de Paris em Julho de 2000.
O executivo-chefe da Lufthansa, Carsten Spohr, declarou que seria um “dia sombrio” para a companhia aérea. “Ainda não sabemos o que aconteceu com o voo 4U 9525. Solidarizo-me profundamente com as famílias e os amigos de nossos passageiros e tripulantes”, disse Spohr na conta da Lufthansa no Twitter. “Se nossos temores forem confirmados, este é um dia sombrio para a Lufthansa. Torcemos para encontrar sobreviventes”, afirmou.
O porta-voz da Direção-Geral da Aviação Civil francesa disse que a aeronave caiu perto da cidade de Barcelonnette, cerca de 100 quilómetros ao norte da cidade de Nice, na Riviera Francesa.
Investigadores de acidentes franceses estão a caminho do local da queda em Meolans-Revel, uma comuna remota e pouco habitada no sopé dos Alpes franceses.
A Airbus, fabricante do avião, comunicou estar a par dos relatos sobre o acidente. “Estamos cientes das reportagens”, declarou a Airbus no Twitter. “Todos os esforços estão a ser direcionados agora para avaliar a situação. Forneceremos maiores informações assim que possível”.
Autoridades do aeroporto de Barcelona informaram que o voo partiu às 10h55.
A aeronave A320 em questão tem 24 anos e estava sendo utilizada pelo grupo Lufthansa desde 1991, de acordo com o site de dados airfleets.net.