Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Polícia moçambicana impede marcha de estudantes na Beira contra assassínio de Cistac

A Polícia antimotim de Moçambique impediu nesta quinta-feira(05) uma marcha de estudantes de Direito de duas universidades privadas na Beira, segunda maior cidade do país, que protestavam contra o assassínio do constitucionalista Gilles Cistac.

Pedro Sousa, diretor da Faculdade de Direito da Universidade Alberto Chipande, disse à Lusa que a Força de Intervenção Rápida (FIR) e o Grupo Operativo Especial (GOE) impediram a marcha, com o argumento de que não estavam garantidas as condições de segurança, e que alguns estudantes foram atingidos com coronhadas como forma de intimidação. “A Polícia impediu a concentração e o arranque da marcha legal dos estudantes de Direito que estava agendada para hoje na cidade da Beira, alegadamente porque a cidade ainda está agitada com o baleamento de um empresário”, precisou Pedro Sousa, referindo-se a um roubo violento ocorrido na cidade na quarta-feira.

A marcha, disse Pedro Sousa, tinha o aval do Conselho Municipal e das reitorias das Universidades.

Apesar disso, prosseguiu, a polícia travou a marcha e só a intervenção de Gilberto Correia, antigo bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, impediu que alguns estudantes fossem detidos.

Vestidos com t-shirts brancas e empunhando cartazes com mensagens de homenagem a Gilles Cistac, os alunos das faculdades de Direito das Universidades Católica de Moçambique e Alberto Chipande, ambas na Beira, não conseguiram iniciar a marcha, uma vez que a polícia barrou a estrada com blindados e posicionou-se em pontos estratégicos do percurso.

Ainda segundo o diretor da Faculdade de Direito, a marcha foi remarcada para sábado, para acompanhar o movimento nacional, que tem outras manifestações similares previstas para Maputo e Nampula.

“Não nos sentimos intimidados por pensar diferente daqueles que nos querem a pensar igual”, “não podemos calar o assassinato do nosso herói” e “liberdade de expressão para todos”, eram algumas das mensagens ostentadas pelos estudantes.

O constitucionalista moçambicano de origem francesa Gilles Cistac foi morto a tiro na terça-feira de manhã por desconhecidos à saída de um café no centro de Maputo.

A Lusa tentou em vão contactar a Polícia da Beira.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts