Falhada a reintrodução do ensino pré-primário em Fevereiro, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MEDH) indica que 10.500 das 84 mil crianças, de zero a cinco anos de idade, seleccionadas para frequentarem este nível, começam a ter aulas já em Março, em 150 comunidades das províncias de Maputo, Gaza, Tete, Nampula e Cabo Delgado, numa primeira fase.
A medida consta da Estratégia Nacional do Desenvolvimento Integral da Criança em idade pré-escolar e vai, paulatinamente, abranger 600 comunidades do território moçambicano, que foram preparadas para fazerem parte da equipa que vai instruir os petizes, segundo Antuia Soverano, directora nacional do ensino primário, que falava no primeiro encontro de “Reflexão sobre a Educação e Desenvolvimento Humano em Moçambique”, realizado na capital do país na quarta-feira (25).
Aquela dirigente disse que o projecto é considerado prioritário, tendo em vista assegurar a socialização das crianças e desenvolver neles a linguagem de sinais. Ela acrescentou que a reintrodução da educação pré-escolar surge da necessidade de colmatar a fraca qualidade no ensino primário, um problema que preocupa os pais e encarregados de educação e os gestores do Sistema Nacional de Ensino em Moçambique.
Antuia Soverano explicou que as províncias acima indicadas foram seleccionadas de acordo com o critério: “taxa de subnutrição, número de crianças com idades compreendidas entre zero e cinco anos e o acesso ao saneamento e à água potável”. O número de centros a albergarem estes menores poderá crescer em função do número dos que forem sendo identificadas.
Soverano disse ainda que a instituição do Estado que superintende a área da Educação está ciente de que existem petizes com seis anos de idade mas por várias razões ainda não estão integrados em estabelecimentos de ensino.