A Rússia começou, esta quinta-feira (19), a fornecer gás ao leste da Ucrânia controlado por rebeldes depois de o governo central em Kiev ter interrompido temporariamente o fornecimento por causa de danos nas suas redes de distribuição em decorrência de fortes confrontos, que ainda continuam apesar de um cessar-fogo.
A disputa em torno das remessas e do preço do gás russo destinado à Ucrânia tem estado no centro de um impasse mais amplo entre os dois ex-Estados soviéticos e que acabou por levar a um esfriamento nas relações da Rússia com o Ocidente.
Em atendimento a uma ordem do primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, para fornecer gás ao leste da Ucrânia a título de ajuda humanitária, a companhia de gás Gazprom disse ter dado início ao abastecimento por meio das estações de bombeamento de Prokhorovka e Platovo, localizadas na fronteira com o leste ucraniano.
O presidente executivo da Gazprom, Alexei Miller, disse que as remessas de gás chegavam a 12 milhões de metros cúbicos por dia. O porta-voz da Gazprom, Sergei Kupriyanov, disse que os 12 milhões de metros cúbicos somam-se aos 30 milhões de metros cúbicos que a Ucrânia já recebe, elevando o total das remessas para 42 milhões de metros cúbicos.
Ele não quis dar mais detalhes sobre a operação, dizendo que o fornecimento adicional estava a ser enviado de acordo com um contrato já existente com a companhia estatal ucraniana Naftogaz. A Naftogaz disse que suspendeu o fornecimento a 18 de Fevereiro “devido aos extensos danos na rede de transporte de gás”.
Mais tarde nesta quinta-feira, o presidente-executivo da Naftogaz, Andriy Kobolev, disse que a empresa tinha retomado o fornecimento de gás, mas com volumes menores. A empresa também disse que as exportações de gás russo através da Ucrânia não foram prejudicadas.