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Combates intensos deixam trégua perto de um colapso na Ucrânia

Os rebeldes pró-Rússia bombardearam tropas do governo cercadas no leste da Ucrânia, esta terça-feira (17), e o plano para que os dois lados retirassem o seu armamento pesado não foi executado, deixando um frágil acordo de paz perto do colapso.

Uma testemunha da Reuters perto da linha de frente afirmou que a artilharia atingiu a cidade de Debaltseve a cada cinco segundos, levantando uma fumaça preta, apesar da trégua que reduziu os confrontos em muitas regiões desde que o acordo negociado pelos europeus começou no domingo.

Os rebeldes declararam que eles haviam capturado partes de Debaltseve, que fica numa junção ferroviária estratégica, e que alguns soldados ucranianos haviam se rendido, mas Kiev nega.

“No momento, há uma confronto duro nos arredores da cidade. Há combates ao redor da estação. Nossas forças estão mantendo as suas posições, e elas estão completamente no direito de abrir fogo em resposta”, disse Andriy Lysenko, porta-voz militar da Ucrânia.

A esperança de que o acordo firmado na última quinta-feira terminaria com um conflito que já matou mais de 5.000 pessoas sempre foi reduzida, depois de um avanço rebelde em Janeiro ter terminado com um cessar-fogo anterior.

No entanto, a intensidade dos combates em Debaltseve não era esperada e aumentam as preocupações de Kiev e do Ocidente de que os separatistas e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, querem consolidar os recentes ganhos rebeldes, antes que a paz seja implementada.

Camiões militares e tanques movimentavam-se na bastante destruída vila de Nikishine, ao mesmo tempo que os rebeldes atacavam a próxima Debaltseve com foguetes, artilharia pesada e morteiros. A fumaça cobria Debaltseve, cuja população em tempos de paz é 25 mil habitantes, que há semanas sofre com os confrontos.

A expectativa é que os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa tentassem chegar à cidade cercada, depois de a Alemanha ter dito que concordou com os líderes da Rússia e Ucrânia para que os monitores tivessem acesso livre no leste.

No entanto, um novo chamado de Berlim pela paz e pela retirada do armamento pesado, como programado, a partir desta terça, parece não ter sido ouvido. “Não temos o direito (de parar a luta em Debaltseve). É uma questão moral. É território interno”, disse Denis Pushilin, representante dos separatistas, estabelecendo o objectivo de “destruir as posições de combate do inimigo”.

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