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Austrália nega vistos a países atingidos por Ébola

A Austrália recebeu críticas de especialistas em saúde e de defensores dos direitos humanos, esta terça-feira (27), depois de decretar uma proibição geral de vistos para nações da África Ocidental afectados pelo surto do Ébola, tornando-se a primeira nação rica a fechar as portas para a região.

A Austrália não registou qualquer caso do Ébola apesar de uma série de casos suspeitos, e o primeiro-ministro conservador Tony Abbott tem resistido até o momento aos pedidos para que o país envie profissionais de saúde para ajudar a combater a doença nos países africanos atingidos.

A decisão de proibir a entrada de qualquer pessoa de Serra Leoa, Guiné e Libéria, que foi apontada pelo governo como uma precaução necessária, foi considerada por especialistas como politicamente motivada e míope.

“O governo tem controles firmes para a entrada de pessoas na Austrália sob nosso programa de imigração da África Ocidental”, disse o ministro da Imigração, Scott Morrison, ao Parlamento.

“Essas medidas incluem a suspensão temporária do nosso programa de imigração, incluindo o nosso programa humanitário para países afectados pelo Ébola, e isso significa que não estamos a processar qualquer aplicação de visto desses países afectados”, acrescentou.

O surto do Ébola que começou em Março já matou cerca de 5.000 pessoas, a grande maioria na África Ocidental. Os riscos para a Austrália são pequenos devido ao isolamento geográfico do país, de acordo com Adam Kamradt-Scott, professor do Instituto de Doenças Infecciosas e Biossegurança da Universidade de Sydney.

“Esta é apenas uma decisão puramente política”, disse Kamradt-Scott. “Há muito pouca evidência científica ou racionalidade médica para você fazer isso, e este é o tipo de política que encontramos que começa a interferir com medidas eficazes de saúde pública.”

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