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UNICEF apela à lavagem das mãos com água limpa mas nem todos o podem fazer

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) assegura que a lavagem das mãos com água limpa e sabão é fundamental para a saúde e é o meio mais barato e eficaz para prevenir doenças relacionadas com a falta de higiene, tais como o ébola, a cólera, a poliomielite, as infeções respiratórias e, sobretudo, a diarreia.

Contudo, em vários distritos do extenso território moçambicano, milhares de pessoas não têm acesso à água potável e, na pior das hipóteses, recorrem a rios e lagoas, onde, por vezes, além de disputarem água com o gado, correm o perigo de sofrer ataques protagonizados por crocodilos que se encontram nestes locais.

Por exemplo, dos cerca de 276.881 habitantes do distrito da Maganja da Costa, apenas 115 mil consomem água potável fornecida através de furos mecânicos, e os outros dependem de pequenas correntes de água doce.

De acordo com Ossumane Amade, director do Planeamento e Infra-estruturas na Maganja da Costa, dos 450 furos de água de que o distrito dispõe, cerca de 40 encontram-se avariados, situação que agrava o fornecimento do precioso líquido às populações daquela circunscrição geográfica.

O nosso entrevistado reconheceu a crise no fornecimento de água e disse que, com vista a minimizar a situação, no primeiro semestre do ano em curso, o governo local abriu 33 novas fontes de água. O problema prevalece, devido ao baixo nível do lençol freático. As localidades de Caburi, Cariua e Muoloa são as mais afectadas porque os terrenos são de difícil perfuração, para além da falta de fundos para o afeito.

Crianças continuam a morrer por desnutrição crónica

O número de petizes que morrem, anualmente, em Moçambique, devido à desnutrição crónica, antes de atingirem os cinco anos de idade, passou de 80 mil para 87 mil. Por dia, pelo menos 240 menores perdem a vida e 200 mulheres perecem, também, durante a gravidez ou o parto, segundo a Save the Children, uma organização não-governamental de defesa dos direitos da criança no mundo.

Enquanto isso, a Organização da Nações Unidas (ONU) diz que entre 1999 e 2010, 700 milhões de pessoas saíram da situação de pobreza extrema no mundo, mas uma em cada cinco pessoas nos países em desenvolvimento vive com menos de 1,25 dólares por dia e 2,4 mil milhões vivem com menos de dois dólares por dia.

Segundo Arsénio Xavier, gestor de programas da área da saúde na Save the Children, que falava à Imprensa na última sexta-feira (17), em Maputo, o número de menores de cinco anos de idade que é afectado pela desnutrição crónica mantém-se nos cerca de 43 porcento em Moçambique.

Todavia, o nosso país está a registar avanços encorajadores no sistema de saúde pública, mas ainda há muito trabalho por realizar para assegurar a sobrevivência de mulheres e crianças, principalmente numa altura em que um número significativo de petizes morre de malária, de infecções respiratórias, de diarreias, de causas neonatais ou VIH, segundo o representante da UNICEF em Moçambique, Koen Vanormelingen.

Ele referiu também que aproximadamente 3,5 milhões de crianças podem padecer de dano cerebral por causa da falta de iodo e 1,5 milhão de mulheres em idade fértil está em risco de sofrer graves danos à sua saúde.

A iodização do sal ainda não é aplicada em todo o país. Segundo o UNICEF, a ausência de iodo pode causar danos cerebrais, anomalias congénitas, surdez e distúrbios na tiróide como o bócio ou hipotireoidismo, para além de estar relacionada com o aumento do risco de aborto e mortalidade materna.

Estima-se que perto de 60 porcento do sal vendido em território moçambicano é iodado, mas o Governo não dispõe de meios adequados para controlar o mercado, garantir a regulação e os produtores não dispõem de tecnologia para as suas actividades.

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