Quase três meses depois da fundação do MDM (Movimento Democrático de Moçambique) e nas vésperas do primeiro Conselho Nacional – começa amanhã em Nampula – @ VERDADE revela, na primeira grande entrevista do seu líder, Daviz Mbepo Simango, à comunicação social moçambicana, os “segredos” que levaram à sua criação, a ruptura com a Renamo, o seu desejo de não retorno ao monopartidarismo, as suas aspirações para as eleições de Outubro próximo e os seus projectos quando o partido… assumir o poder. A escolha do secretário-geral, essa, continua no segredo dos deuses pelo menos até depois de amanhã quando o Conselho Nacional finalizar os seus trabalhos.
@ Verdade – Quando é que sentiu que devia avançar com a formação de um novo partido político?
Daviz Simango (DS) – No dia 19 de Novembro de 2008 ainda tínhamos esperança de poder criar um diálogo interno na Renamo. Pensámos que, embora tivéssemos concorrido como independentes à autarquia da cidade da Beira, era importante que a família da Renamo se reencontrasse, que voltasse a estar junta, no sentido de encontrarmos uma plataforma comum para trabalharmos juntos. Todavia, não fomos bem-sucedidos nos nossos esforços. Enviámos vários emissários a Maputo mas estes nunca foram atendidos, tendo alguns deles sido recebidos pelos guarda-costas do presidente. Aí constatámos finalmente que não havia vontade nem espaço para o diálogo.
@ Verdade – Portanto, nenhum dos seus emissários conseguiu chegar à fala com o presidente Dlakhama?
É verdade, nenhum conseguiu falar com ele. Isto demonstrou, claramente, que não havia simpatias para um possível diálogo. E, tendo em conta os resultados de 2008, ficou claro que a Frelimo ganhou tudo e a oposição moçambicana saiu extraordinariamente fragilizada. Então, ficámos apreensivos, preocupados, e pensámos que eventualmente os resultados nas eleições gerais não seriam muito diferentes. Com todos estes dados, chegámos à conclusão de que tínhamos de avançar com um partido político. Mas a pressão para a formação de uma nova força política começou exactamente nas províncias. Começaram a perguntar-nos o que é que estávamos a pensar fazer com tantos votos. Nós respondemos que tínhamos ganho na Beira e que estávamos satisfeitos. Mas eles insistiram que devíamos ir mais além. Quisemos auscultar no terreno e para isso criámos brigadas de 3 ou 4 homens que foram pelo país fora aferir da aceitação de um novo partido. No regresso, estes brigadistas disseram-nos que tinham sido bem aceites. Tudo isto fez com que avançássemos para um novo partido.
@ Verdade – Aquilo que me está a dizer vai um pouco contra a ideia generalizada de que o MDM é o partido regional.
(DS) – Até o próprio líder da Renamo disse que o MDM só existia como força política forte na Beira, mas nós conseguimos no dia 6 e 7 de Março juntar compatriotas de todo o país na cidade da Beira para a Assembleia Constitutiva. Agora estamos nas províncias todas e a prova disso é quando chegamos aos locais para fazer o nosso trabalho a polícia está sempre lá para o impedir, tentando intimidar os nossos militantes. Isto é um sinal claro de que afinal de contas nós existimos. É preciso compreender que essa propaganda não passa de uma forma de querer desacreditar um adversário forte. A Frelimo sabe que tem em nós um adversário inteligente que com o tempo poderá surpreender a própria Frelimo.
@ Verdade – A Frelimo tem dito que o MDM não passa de uma cisão da Renamo. Quer comentar?
Se notar, temos vários membros, incluindo delegados provinciais, que nunca foram membros da Renamo, que nunca tiveram qualquer ligação com este partido, mas também temos casos, como um dos nossos delegados de Mutarara, de antigos militantes da Frelimo que agora estão connosco. O MDM acaba por congregar os moçambicanos leais e que entendem aquilo que são os princípios básicos.
@ Verdade – Diz-se igualmente que o nome do partido, MDM, não terá sido uma escolha feliz. Há muita gente que defende que as siglas dos partidos políticos africanos devem ter vogais pelo meio para serem correctamente entendidos por uma população pouco letrada. O que tem a dizer sobre isso?
(DS) – Aqui no Zimbabwe também temos o MDC! Chamámos Movimento por uma razão muito simples: é aglutinador de várias correntes de pensamento, de várias pessoas. O embrião foi um movimento de massas que quer ver o país crescer.
@ Verdade – Qual é a explicação para o galo como símbolo do partido?
(DS) – Depois de muito pensarmos chegámos à conclusão de que o galo ao amanhecer canta e a população desperta com ele. A nossa mensagem é essa. Quem fica a dormir perde, quem acorda vai trabalhar e ganha. A mensagem é: acordem que o galo já cantou.
@ Verdade – Não teme ser associado a uma formação política perdedora noutro país aqui bem perto?
(DS) – Está certamente a falar da UNITA?
@ Verdade – Sim, estou.
Não, de maneira nenhuma. E é a pensar na situação da UNITA e de outros partidos africanos que nós efectivamente decidimos avançar com o MDM. A Frelimo queria fazer o mesmo que o MPLA fez em Angola. Nós temos a obrigação de lutar para evitarmos essa situação. Queremos um governo forte, mas, para que haja um governo forte, tem de haver uma oposição forte. Por isso, o MDM quer criar essas condições para que em Moçambique exista uma oposição forte. E se um dia formos poder também gostaríamos de ter uma oposição forte.
@ Verdade – Que balanço faz do périplo europeu que efectuou em Fevereiro?
(DS) – Esse viagem tinha vários objectivos: o primeiro era dar conta da existência do MDM. Como deve saber, os fundos doados para o orçamento de Estado vêm, na sua maioria, de fundos europeus, por isso era necessário passar por lá e dizer que o MDM apelava à continuação do apoio ao Estado moçambicano por parte dos doadores, embora tivéssemos deixado bem claro que condenamos com veemência a corrupção instalada e a partidarização do Estado. Por outro lado, precisávamos de falar com figuras que nos permitem encontrar formas de parcerias e interacção no treinamento dos nossos quadros.
@ Verdade – Avistou-se concretamente com quem?
(DS) – Em Portugal com o PS e com o PSD. Aos primeiros dissemos que, como eles estão no poder, poderíamos aproveitar a sua experiência de governação. Passei também pelo Parlamento Europeu e pela Alemanha.
@ Verdade – Em Portugal, encontrou-se ou não com as filhas de Jorge Jardim como foi divulgado aqui por alguma imprensa?
(DS) – Não, por acaso não me encontrei. Mas se tivesse acontecido esse encontro não via mal nenhum nele. São pessoas que nasceram em Moçambique, que gostam deste país, que já o ajudaram numa determinada altura, por isso são bem-vindas.
@ Verdade – O MDM vai concorrer às eleições em todo o país?
(DS) – Sim, vamos concorrer em todo o país, quer às legislativas quer às provinciais.
@ Verdade – Falemos agora um pouco das presidenciais. Vai avançar com a sua candidatura?
(DS) – Em primeiro lugar gosto de respeitar os estatutos do partido. Estes são claros e dizem que isso compete ao Conselho Nacional. Felizmente estamos a escassos dias da realização do Conselho Nacional e esperemos pela decisão deste órgão. Contudo, a nossa intenção é apresentar candidato. Se a minha candidatura beneficiar o MDM, vou avançar. Mas quero deixar claro que tenho grandes compromissos com a cidade da Beira, gosto muito daquela cidade, fui eleito há pouco tempo, e é preciso ter em conta que a minha candidatura à presidência não vai prejudicar a cidade da Beira. Vou fazer campanha a trabalhar normalmente na autarquia. Não há qualquer incompatibilidade nisso.
@ Verdade – Mas terá que arranjar um substituto se vencer as presidenciais.
(DS) – Sim. Já estamos a preparar pessoas para poderem tomar as rédeas da autarquia. Mas a minha intenção é ir preparando as coisas para os meus colegas tomarem conta da Beira.
@ Verdade – O candidato natural do MDM à presidência da República é o senhor?
(DS) – Sim, tudo leva a crer que sim.
@ Verdade – Sente-se preparado?
(DS) – Um homem quando entra para estas coisas da política tem de estar preparado para, a qualquer momento, assumir as funções para as quais se candidata.
@ Verdade – Como é que convence um simpatizante da Frelimo a votar no MDM?
(DS) – Às vezes pergunto a mim mesmo: que magia é que nós temos? Eventualmente é a nossa forma de lidar com as pessoas e, sobretudo, a nossa vontade de fazer coisas. Ao longo destes anos conseguimos demonstrar que a nossa governação não é discriminatória, trabalhamos com todos, Frelimo inclusive, entregamos cargos independentemente das filiações partidárias e por isso as pessoas confiam em nós. Há seriedade e isso é o que os moçambicanos hoje mais valorizam. Connosco as pessoas são promovidas consoante a sua competência profissional. O que não tem acontecido no outro lado. Se forem competentes nomearei directores-gerais de outros partidos e até mesmo ministros. Se forem competentes não há razão para os substituir. O que é preciso é que possam corresponder às expectativas dos cidadãos e que sejam leais ao programa do governo. Votam em nós porque reconhecem que nós temos capacidade de trabalho.
@ Verdade – O que será um bom resultado para o MDM nas legislativas?
(DS) – Pensamos que, como o MDM não está actualmente representado no Parlamento, se conseguir um lugar já é uma novidade, já é uma terceira força a entrar no parlamento. Mas nós esperamos alcançar entre os 50 e 100 deputados na próxima legislatura.
@ Verdade – Mas obter 50 ou obter 100 é muito diferente.
(DS) – Vamos ter, no mínimo, 50 deputados, e o máximo será para lá de 100. Se conseguirmos entre os 50 e os 100 já é um bom resultado, mas tudo depende dos eleitores, podemos atingir mais de 100 e até podemos obter a maioria, nestas coisas há muitas surpresas.
@ Verdade – A sua grande fasquia será talvez ultrapassar a Renamo em termos de número de deputados.
(DS) – Bem, nós não gostaríamos de falar nesses termos de ultrapassar a Renamo ou a Frelimo. Nós queremos entrar na AR e se conseguíssemos a maioria era excelente. Mas se conseguirmos ser uma voz influente nas grandes decisões da AR já é uma grande satisfação.
@ Verdade – Não tem então como ambição chegar ao poder já nas próximas eleições?
(DS) – Nós constituímos um partido político para claramente atingir o poder. Agora em que momento o eleitorado nos irá endossar esse poder, isso já depende dos eleitores. Mas estamos ansiosos por esse momento.
@ Verdade – Há quem diga que a Comissão Política do MDM não tem nomes com grande experiência política, que é gente sem traquejo na política, que é fraco de figuras. Quer comentar?
(DS) – Já ouvi isso noutros tempos. Quando fui eleito pela primeira vez como autarca disseram que eu era um miúdo sem experiência e que por isso não ia fazer nada e fiz o que fiz. Quando concorri como independente, diziam que era impossível um independente vencer uma eleição em África, não havia registo disso, não tinha estrutura, não tinha apoio e ganhei. Portanto, penso que não são os nomes que ditam as vitórias ou as derrotas, são as qualidades e o contributo que cada membro da Comissão Política dá ao grupo de trabalho. Isso é que é o mais importante. O resultado do trabalho conjunto do grupo. Aqui em Moçambique temos dois grandes partidos políticos com nomes sonantes, mas na prática o que é que fazem?
@ Verdade – Mas o senhor, quando foi eleito presidente do Município da Beira como independente, tinha todo um nome feito ao lado do um grande partido político, sobretudo forte naquela zona. Não é o caso da maioria dos membros da CP do MDM.
(DS) – O que o MDM precisa é que os membros do secretariado, no fundo são eles a máquina político-partidária, funcionem bem no terreno. Na CP queremos elementos estratégicos. Podem até não ser pessoas com grande visibilidade pública mas internamente conhecem muito bem os meandros da política e mexem-se com facilidade. É disso que precisamos. E como pode ver, em pouco tempo o MDM espalhou-se pelo país, em pouco tempo conseguiu os meios para funcionar, e isto graças ao comportamento desta CP que está a trabalhar muito e bem.
@ Verdade – Falando de eleições legislativas, num cenário pós-eleitoral poderá haver uma coligação com a Renamo para inviabilizar uma maioria da Frelimo?
(DS) – Nunca faremos coligações só para inviabilizar um governo da Frelimo. Nós não queremos fazer coligações para demonstrar que temos força para inviabilizar um governo da Frelimo. Nós iremos fazer coligações se isso interessar ao povo, se o povo beneficiar com isso, elas têm de ser feitas com o fim de construir o país e não coligações com o objectivo de tramar qualquer formação política. Isso não é a nossa filosofia. Se eventualmente o partido que sair vencedor das próximas eleições apresentar um projecto que consideramos viável, a função do MDM é simpatizar com esse projecto, fazendo desse projecto um projecto nacional. Se o partido que estiver no poder apresentar um projecto que consideramos errado, de que não comungamos, logicamente que vamos apresentar uma contra-proposta com fundamento esperando que o partido que estiver no poder possa aproveitar dela algo positivo.
@ Verdade – Então poderá fazer coligações pontuais sobre determinadas matérias específicas. Não descarta essa hipótese?
(DS) – Não descartamos ninguém para fazermos essas coligações. O importante é que as nossas coligações sejam claras e objectivas contribuindo para o desenvolvimento do país.
@ Verdade – Há quem defenda que o MDM só devia apresentar candidatura à presidência em 2014, fundamentalmente por dois aspectos: o tempo de preparação seria muito maior e a Frelimo estaria fragilizada para encontrar um candidato para suceder a Armando Guebuza. Concorda?
(DS) – As candidaturas do MDM, não só à presidência como a qualquer lugar de eleição, não estão dependentes do partido Frelimo nem de nenhum outro. Estão, sim, dependentes daquilo a que nós chamamos o ambiente político e o comportamento do eleitorado. Este aconselhou-nos a criar um partido político, disse-nos: – Vocês são sérios podem avançar.- E nós avançámos. Depois disseram-nos: – Concorram.- E nós vamos concorrer. Não trabalhamos em função dos nossos adversários políticos.
@ Verdade – Mas concorda quando se diz que em 2014 seria mais viável um ataque, chamemos assim, ao poder?
(DS) – 2014, para nós, seria um ano óptimo por uma razão muito simples: queremos ter experiência de campanha eleitoral. Nessa altura estaríamos na segunda campanha eleitoral, os nossos já estariam familiarizados com as adversidades de campanha eleitoral e estaríamos numa posição privilegiada para não cometer erros.
@ Verdade – Uma das acusações que a Renamo tem feito sistematicamente no período pós-eleitoral é que o partido no poder vence com fraude, atribuindo sempre as suas derrotas à batota na contagem dos votos. O MDM irá dotar-se de mecanismos de vigilância eleitoral que permitam detectar eventuais fraudes?
(DS) – Já temos fiscais preparados, precisamos de formar mais, mas a nossa filosofia não é entrar neste barco da fraude. Temos que perguntar a nós próprios: Quando há fraude onde é que estávamos? Porque é que não tivemos capacidade de vigilância? Onde é que falhámos? Temos que nos responsabilizar pela nossa incapacidade, porque se alguém pratica fraude é porque tem oportunidade para isso. O MDM não vai lamentar de fraudes como matéria de insucesso. Temos que assumir as derrotas, as nossas fragilidades, porque afinal de contas quem concorre a um processo eleitoral subentende-se que esteja preparado para enfrentá-lo. O nosso tempo é muito curto, não é fácil a preparação em termos de fiscais, mas estamos a prepará-los e vamos tentar colocá-los em todos os postos. Se falharmos em algum sítio, então a culpa será nossa.
@ Verdade – Está, então, a dizer-me que não vai atribuir a uma eventual derrota a fraude eleitoral.
(DS) – Não, nunca. Haverá fraudes claras que toda a gente vai ver. Mas fraudes porque não estamos na mesa a fiscalizar, isso garanto que não vai ocorrer. Poderá haver fraudes extra-assembleias de voto, mas se for nas assembleias de voto teremos de assumir as nossas fraquezas.
@ Verdade – Falou na possibilidade de ser poder. Se for poder quais as primeiras medidas que irá tomar?
(DS) – Há aspectos claros em relação à Agricultura, que é a base do sustento dos moçambicanos, que têm de ser muito corrigidos. Neste sector não há mecanização, não há assistência técnica aos agricultores, continuamos a não possuir reservas de sementes. Em relação à Função Pública temos de cessar com a obrigatoriedade de filiação partidária para conseguir um emprego ou para subir degraus lá dentro. Na Educação estamos muito preocupados porque no século XXI ainda temos os nossos alunos nas zonas urbanas sentados no chão, debaixo de uma árvore. Isto não pode ser mais tolerável! Tem de haver o mínimo de qualidade. Na Saúde vai-se ao hospital mas não há medicamentos, não há camas, a assistência é fraquíssima. Os moçambicanos têm de compreender que temos de investir na Educação e na Saúde para construirmos o país. Não podemos continuar a enviar os nossos filhos para fora quando estão doentes, não podemos continuar a enviá-los para colégios no exterior. Temos de começar a investir em qualidade cá dentro. O dirigente moçambicano tem de sentir que o hospital aqui é equivalente ao da África do Sul, que a escola aqui tem a mesma qualidade das da África do Sul.
@ Verdade – Qual é a receita mágica para isso?
(DS) – Se os nossos filhos estudam fora alguma vez vamos pensar na educação para os moçambicanos? Estamos, sim, preocupados com aquilo que os nossos filhos estão a estudar lá fora. E os que estão cá dentro como é que ficam? Se os filhos dos dirigentes não podem estudar cá dentro só vejo três motivos para isso: ou a educação é má, ou os professores não são bons ou a escolas não têm condições para os seus filhos estudarem nelas. Queremos que haja educação igual para todos.
@ Verdade – Mas o Governo anunciou que construiu este ano mais escolas do que o previsto…
(DS) – Mas fazer escolas sem professores, sem carteiras, com turmas de 70 alunos. Isso são escolas? O país tem enormes quantidades de madeira mas as crianças não têm carteiras. Algo está mal! Qual é a explicação para isso? Exportamos tanta madeira e as nossas crianças estudam no chão! Será que não pode ficar nada cá?
@ Verdade – O Estado tem recursos para isso?
(DS) – O dinheiro existe, o problema é que se confunde há muitos anos com o partido. As prioridades estão todas invertidas.
@ Verdade – Para terminar, em poucas palavras, dê-me uma razão para votar no MDM.
(DS) O MDM é um partido que trabalha, que quer servir, e já provou que tem capacidade para isso e o povo sente a razão do seu voto através de resultados práticos. É um partido prático, não de teorias. É um partido que faz.