O presidente das Forças de Libertação Africanas da Mauritânia (FLAM), Samba Thiam, denunciou, numa conferência de imprensa, esta quinta-feira (28), “a persistência e o prosseguimento da política de exclusão dos negros”.
A direcção das FLAM regressou ao país depois de 30 anos de exílio. Segundo o movimento, esta realidade «é ilustrada pela ausência de negros (negro-africanos e haratines) nas comissões mono-étnicas encarregues da operação de inscrição das populações (recenseamento com vocação de estado civil) lançada em Maio de 2011.
“Notamos a mesma política de exlcusão de estudantes admitidos a frequentar as grandes escolas de formação de elite civil e militar destinada à alta administração do país. Esta constatação ressalta uma decisão progressiva na execução duma política de exclusão, exacerbando assim a fratura comunitária e tornando impossível qualquer ideia de reconciliação e de coesão nacional”, indicou.
O presidente da FLAM lembrou que, depois do regresso do exílio, o seu movimento decidiu inscrever a sua acção no quadro «duma oposição democrática e responsável para participar na edificação do país e tornar possível a reconciliação nacional, iniciativa que consiste em reconhecer as conquistas, sublinhar as falhas e denunciar as derivas”.
Samba Thiam foi recluso da cadeia de Oualata (mais de mil e 300 quilómetros a leste de Nouakchott) na qual vários líderes das FLAM morreram na sequência das más condições de detenção durante a segunda metade dos anos 1980.