O presidente do partido Renamo, Afonso Dhlakama, acusou nesta terça-feira(26) o exército moçambicano de se ter aproximado de uma base do movimento no sul do país, considerando a alegada movimentação “uma provocação”. Apesar do acordo de cessar fogo assinado no passado domingo (24) a tensão militar também continua no centro de Moçambique onde continuam presentes várias unidades militares do exército e o tráfego de viaturas pela Estrada Nacional nº1, no troço entre o rio Save e o posto Administrativo de Muxúnguè, continua a ser efectuado em colunas protegidas por militares.
Em declarações à agência Lusa em Maputo, por telefone, a partir da Serra da Gorongosa, na província de Sofala, centro do país, onde se refugiou em Outubro do ano passado, Dhlakama disse que recebeu informações de um comandante de uma base que alberga homens armados do partido Renamo, sobre a deslocação de uma unidade do exército para próximo do acampamento, no distrito de Funhalouro, província de Inhambane, sul de Moçambique.
“Saíram de uma distância de quase 30 quilómetros, indo até lá à nossa base, para chatear, esta manhã. É um incidente, isto acontece, mesmo nos outros países, pode haver um cessar-fogo e não haver boa comunicação”, declarou Afonso Dhlakama, referindo-se à assinatura de um acordo de cessar-fogo entre o partido Renamo e o Governo moçambicano, no domingo passado.
Entretanto, e apesar do cessar fogo acordado, o Ministro da Defesa Nacional, Agostinho Mondlane, afirmou que não vai retirar as várias unidades militares estacionadas no distrito de Gorongosa, na província de Sofala, pois as Forças Armadas de Defesa de Moçambique podem e devem estar em qualquer região do território nacional, a todo e qualquer momento.
“As Forcas Armadas estão em todo lado e em qualquer momento em defesa do povo moçambicano e em cumprimento das missões que recebem do povo moçambicano” disse o Ministro, numa breve conferência de imprensa, esta segunda-feira, que serviu para dar a conhecer as actividades que serão realizadas no âmbito do mês das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.
O tráfego rodoviário pela Estrada Nacional nº1, no troço entre o rio Save e Muxúnguè, continua a ser efectuado em colunas protegidas por militares não havendo indicação de quando será restabelecida a circulação normal.