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Arrendamento de casas ganha espaço em Mocuba

Arrendamento de casas ganha espaço em Mocuba

Na cidade de Mocuba, o arrendamento de casas tornou-se, de há algum tempo a esta parte, fonte de sobrevivência da maior parte dos nativos daquela região. Devido à instalação de alguns estabelecimentos de ensino que acolhem estudantes de diversos pontos do país, a construção de moradias para arrendar tende a proliferar-se e a cada dia que passa.

Elevado à categoria de cidade há anos, o município de Mocuba ocupa uma posição privilegiada pelo facto de estar circunscrito por estabelecimentos de ensino que acolhem estudantes provenientes de vários pontos do país, onde se destacam a Universidade Zambeze e o Centro de Formação de Saúde. Tal situação é usufruída pelos nativos que constroem casas que na sua maioria são arrendadas pelos discentes.

A expansão dos serviços de formação de nível médio e superior nos diversos ramos económicos faz com que a procura de habitação seja intensa. O desenvolvimento acelerado, embora mergulhado em dificuldades, contribui significativamente para o aumento da população que escala aquele ponto e, como forma de sobreviver, opta pelo arrendamento de residências. O negócio, que está a mostrar-se lucrativo, vem ganhando terreno desde os princípios do ano 2008 com a entrada em funcionamento da Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal (FEAF) da UniZambeze, que absorve jovens de todas as capitais provinciais de Moçambqiue.

Actualmente, as imediações da autarquia de Mocuba encontram-se ocupadas, sendo difícil arranjar espaço para habitar. Numa ronda feita pelo @Verdade, constatámos que o preçário varia de acordo com as condições do imóvel, sendo o mínimo de mil meticais por mês. É notória a construção desenfreada de moradias destinadas exclusivamente aos estudantes.

Uma casa composta por um quarto e uma sala, que dispõe de água canalisada e energia eléctrica ronda entre 1500 meticais e dois mil, embora o precioso líquido não jorre a tempo integral. O @Verdade manteve contacto com vários nativos, a maior parte constituída por viúvas que sobrevivem do negócio de arrendamento de casas. Natália Marcos, de 46 anos de idade, perdeu o seu marido precocemente e vive na companhia do neto.

A anciã teve o privilégio de ter um esposo que pensou em construir, além da residência, uma dependência, que, actualmente, se tornou fonte de renda. Pelo facto de estar a viver nas imediações da cidade e de dispor de água canalizada e energia eléctrica, a idosa cobra 1.500 meticais por mês. A moradia, que tem um quarto e uma sala, acomoda estudantes da FEAF. Segundo Natália Marcos, o arrendamento de casas tem sido a fonte de sobrevivência. Além de custear as despesas de alimentação, ela investe na formação do seu neto que, presentemente, frequenta a 11ª classe na Escola Secundária Pré-Universitária de Mocuba.

“Quando o meu marido morreu, eu não sabia como garantir o meu sustento. O desaparecimento físico dele coincidiu com a implantação da FEAF em Mocuba. Para me livrar da dependência de terceiros, eu decidi disponibilizar parte das minhas residências para arrendamento. Embora não cubra todas as minhas necessidades, consigo sobreviver”, referiu.

Em situação similar está a cidadã identificada pelo nome de Sara Joaquim, de 53 anos de idade. Como forma de superar as dificuldades por que passava, ela abraçou o negócio de arrendamento de casas.

“Antes de o meu marido perder a vida, ele construiu uma residência, que subdividiu em três partes, em que cada compartimento alberga um quarto, uma sala e uma dispensa”, disse, tendo acrescentado que “após o desaparecimento físico do meu esposo, coloquei em arrendamento o imóvel. Os meus inquilinos são os estudantes universitários”.

Residências para funcionários

Na cidade de Mocuba, o arrendamento de casas não é apenas procurado pelos estudantes. Há também funcionários do sector público e privado que, na sua maioria vindos transferidos de outros pontos do país, se instalam com as suas respectivas famílias. As moradias para esse grupo de pessoas são mais espaçosas e os preços são estipulados de acordo com a condição do imóvel.

O @Verdade apurou que o valor mínimo cobrado é de cinco mil meticais. O custo de arrendamento subiu bruscamente, sendo que anteriormente, o preço rondava os 2.500 meticais mensalmente. A construção de casas na base de equipamento convencional em Mocuba está a ganhar espaço pelo facto de a maior parte do material utilizado ser extraído localmente.

O elevado preço do cimento é que constitui o principal obstáculo. A areia é extraída nas imediações e a pedreira encontra-se na zona verde da cidade “onde todos os caminhos se cruzam e Moçambique se abraça”.

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