A queda de parte de um viaduto em construção, esta quinta-feira (3), em Belo Horizonte, atingiu veículos que passavam pelo local e deixou pelo menos duas pessoas mortas e outras 23 feridas, informaram as autoridades.
O viaduto, na região da Pampulha, atingiu parcialmente um autocarro e esmagou completamente dois camiões e um veículo de passeio. A motorista do autocarro morreu, assim como uma pessoa que estava no veículo de passeio.
“Estão confirmadas duas pessoas falecidas, inclusive há ainda um carro sob o viaduto. Dentro de mais umas duas horas, no máximo, será retirada a pessoa já identificada. Não sabemos ainda se ela transportava mais alguém”, disse o edil da capital mineira, Márcio Lacerda (PSB), a jornalistas no local do acidente.
“Já se fez a contagem entre os operários que trabalhavam e não falta ninguém. Ou seja, não tivemos perdas de vidas dos operários da obra”, acrescentou o edil. A Secretaria de Saúde informou que o acidente deixou 23 feridos, nenhum com risco de morrer.
O viaduto, que caiu pouco depois das 15h desta quinta-feira, passa por cima da Avenida Pedro 1º, que liga o Aeroporto de Confins à região do Estádio do Mineirão, uma das arenas que recebem jogos da Copa do Mundo, que está sendo disputada no país.
Na próxima semana, um jogo da semifinal será na capital mineira. A selecção da Argentina, que no sábado enfrenta a Bélgica pelas quartas de final do Campeonato Mundial de Futebol em Brasília, tem a sua concentração sediada em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte.
“Isto representa a incompetência das nossas autoridades e dos nossos negócios”, disse Leandro Brito, de 23 anos, funcionário de um banco. “Por causa do Campeonato Mundial de Futebol aceleraram tudo para terminar mais rápido. Por isso essa tragédia aconteceu. Não estão a fazer as coisas da maneira certa. Todo o mundo está muito bravo, todos pensam como eu”, acrescentou.
Na sua conta no Twitter, a presidente Dilma Rousseff disse ter recebido com tristeza a notícia do desabamento do viaduto e se solidarizou com as famílias das vítimas. “O governo coloca-se à disposição da edilidade e das autoridades de Belo Horizonte no que for necessário”, escreveu Dilma.
As equipes de resgate vão agora começar o trabalho de cortar os blocos de concreto do viaduto que desabou para ter acesso aos dois camiões e ao veículo que foram esmagados. O viaduto sobre a Avenida Pedro 1º era parte das obras de mobilidade para o Mundial, mas não foi concluída a tempo.
“Não sabemos se é falha de projecto ou falha de construção. O viaduto ainda estava em construção, ou seja, não aberto ao tráfego e não estava ainda entregue à edilidade.
Então, naturalmente, serão feitas todas as perícias”, disse o edil, acrescentando ser “normal” a liberação do tráfego na avenida que passa embaixo do viaduto, mesmo que não estivesse concluído.
Segundo o Corpo de Bombeiros, há 14 viaturas e um helicóptero da corporação no local, além de equipes da Defesa Civil, dos serviços do pronto-atendimento de urgência e das polícias Militar e Civil.