Meninas e Meninos, Senhoras e Senhores, Avôs e Avós
O mamparra desta semana é, sem dúvidas, o rapper moçambicano Edson da Luz, que no mundo artístico (música) responde pelo nome de Azagaia, que, a pretexto de sofrer de uma epilepsia que o apoquenta, decidiu, em pleno canal televisivo do bispo Edir Macedo, e em directo, mostrar à sociedade que a sua cura passa pelo consumo de cannabis sativa, vulgo soruma.
Depois de exibir a droga no mesmo órgão de comunicação, o visado não terá “fumado” ao vivo porque alguém lúcido e sereno não permitiu que isso acontecesse. A cannabis sativa é uma planta da idade da história e está cientificamente provado que ela é de valor incomensurável na medicina e na indústria têxtil.
Em algumas sociedades, a cannabis é um produto oficialmente consumido dentro das regras dos Estados que a “descriminalizaram”. Noutras sociedades, como a nossa, existem lugares onde se faz esse culto (leia-se fumar soruma), sem que, contundo, os seus consumidores se esqueçam de que o Estado penaliza quem for encontrado em tal cerimónia de “cura”.
A título meramente ilustrativo e creio que o rapper deve saber, na Zona Militar, comummente conhecida por “Colômbia”, uma região que alberga alguns dos compatriotas que estiveram envolvidos na luta de libertação nacional, o produto é vendido à granel para os seus amantes que podem ser encontrados em várias esferas da sociedade.
O cardápio dos amantes de soruma vai de políticos, rufiões, prostitutas, artistas, músicos, jornalistas, a coveiros dos cemitérios da capital. O rapper Azagaia, sabendo desse padrão estabelecido no silêncio forçado da sua lei, quis quebrar essa barreira desafiando uma sociedade “puritana”.
Tão mamparra que ele foi, no fatídico dia, esqueceu-se de que milhares de admiradores da sua “irreverência”, por via da sua intervenção social através da música, incluindo as crianças, estavam diante do seu ídolo que por outras formas os instigava a seguirem-no nesse inaceitável voo de libertinagem. Que mamparra!
Seja a que pretexto for, o rapper Azagaia que produz músicas que agradam aos nossos ouvidos e despertam a nossa consciência com temas que retratam a nudez da nossa sociedade, cometeu um erro de palmatória.
Alguém tem que pôr um travão neste tipo de mamparrices.
Mamparras, mamparras, mamparras.
Até para a semana, juizinho e bom fim-de-semana!