Os jornalistas na China estão proibidos de publicar reportagens críticas sem a aprovação do seu empregador, disse um dos principais reguladores chinês de imprensa, esta quarta-feira (18).
A regra surge depois de o governo ter intensificado a sua repressão à liberdade de expressão, tanto online quanto na mídia tradicional. A Administração Estatal da Imprensa, Publicação, Rádio, Filme e Televisão publicou a medida num boletim circular a anunciar a repressão sobre falsas notícias e sobre jornalistas que aceitam suborno ou que extorquem dinheiro das suas fontes.
As agências de notícias precisam de combater a corrupção e os jornalistas que violarem a lei devem ser entregues para as autoridades judiciais, disse o regulador, e perderão a sua licença de reportagem.
Os jornalistas também estão proibidos de fazer os seus próprios websites, sites de vídeos e relatórios internos que contenham conteúdo crítico, acrescentou. O regulador não especificou o que constituía um conteúdo crítico ou que assuntos em particular os jornalistas não podem criticar.
As regras também proíbem jornalistas de conduzir entrevistas ou escrever reportagens fora dos seus campos designados de cobertura. As agências de notícias precisam de solicitar regularmente opiniões “das massas”, assim como das autoridades de propaganda e de outros reguladores de imprensa, segundo a circular.
O texto listou diversos escândalos nos quais os repórteres dos jornais chineses haviam alegadamente aceitado subornos para fazer uma cobertura positiva, ou forçado pessoas a pagá-los para evitar uma história crítica, dizendo que esses incidentes tornaram a regulamentação necessária.
O veículo de imprensa que violar essas regras pode perder a licença. A China adoptou duras medidas para combater rumores online no ano passado, mas os críticos dizem que a campanha simplesmente significa uma oportunidade para silenciar as críticas ao governante Partido Comunista.
A imprensa chinesa é pesadamente censurada e as organizações de imprensa precisam de obter licenças do governo antes de operar. A imprensa estatal tem sido um veículo essencial para propaganda do partido, mas as reformas na última década permitiram maior comercialização e algumas delas aumentaram a sua independência editorial.
