A falta de entendimento entre o Governo e Renamo no que diz respeito aos termos de referência da missão dos observadores internacionais que deverão fiscalizar a cessação dos ataques em Moçambique voltou a estar na origem de mais um impasse, nesta segunda-feira (02), na 60ª sessão do diálogo político, que decorre em Maputo.
A Renamo defende que o seu desarmamento e a integração dos seus guerrilheiros nas Forças de Defesa e Segurança (FDS), na Polícia da República de Moçambique (PRM) e na Polícia de Altas Individualidades, com base na paridade, o que para o Executivo não faz parte dos termos de referência, até porque essas forças não são partidárias.
Assim, para o Governo os observadores internacionais deverão fiscalizar a cessação dos ataques armados e a desmobilização da Perdiz. “A Renamo sabe que esses pedidos não serão aceites”, disse Gabriel Muthisse, subchefe da delegação do Governo no diálogo político.
Ele disse que se sugeriu à Renamo que fosse verificar se pretende ou não insistir na reorganização das FDS, uma vez que faz parte do ponto dois e não é pretensão do Executivo fingir que o ponto não existe.
Saimone Macuiane, chefe da delegação da Renamo, disse: “queremos uma reunificação nas FDS para dar tranquilidade aos moçambicanos e criar condições para que não se viva no futuro circunstâncias como as que estão a ser vividas actualmente”.