Em Moçambique, a pobreza e a desnutrição continuam com níveis bastante elevados, mormente nas zonas rurais, o crescimento do consumo per capita diminuiu drasticamente e a corrupção permaneceu alta, pese embora o Governo tenha introduzido uma série de políticas para estancá-la, considera um relatório de Avaliação Independente do Apoio Directo ao Orçamento em Moçambique, referente ao período 2005–2012, divulgado esta quinta-feira, em Maputo.
Segundo o estudo, a pobreza está a aumentar no país, apesar do crescimento sustentável e “a pobreza de renda ainda não foi reduzida”. Nas zonas rurais prevalece a baixa produtividade em virtude do baixo acesso aos fertilizantes e insumos agrícolas, fraco acesso ao crédito e falta de infra-estruturas. No que diz respeito à pobreza não ligada à renda, esta foi parcialmente reduzida.
Na Educação, o relatório de Avaliação Independente do Apoio Directo ao Orçamento em Moçambique indica que o esforço realizado na formação de professores não é claro, as escolas continuaram com turmas numerosas, o que fez com que registassem um fraco desempenho no período em alusão, para além de que prevaleceu o fosso entre géneros no ensino secundário.
Estes e outros aspectos concorrerem para que o cumprimento das metas dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio (ODM) estejam longe de serem cumpridos. Como aspectos positivos, o estudo refere que ao aumento da despesa pública (professores, formação de professores e construção de salas de aula) é eficiente e eficaz e o orçamento do Estado alocado à agricultura aumentou significativamente para cerca de oito porcento da despesa total, em 2012.
Contudo, o PROAGRI, grande parte do aumento das despesas foi desviada para o desenvolvimento institucional, longe do financiamento dos serviços agrícolas para os agricultores e da melhoraria do acesso a insumos.