Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Moçambola 2014: Liga Muçulmana de folga no topo da tabela classificativa

Moçambola 2014: Liga Muçulmana de folga no topo da tabela classificativa

Os campeões nacionais em título derrotaram o Maxaquene, por 1 a 0, no confronto que constituía o cartaz da oitava jornada do Moçambola, edição 2014. Com este importante triunfo, a Liga Muçulmana isolou-se na liderança da prova com 20 pontos, mais três do que o conjunto tricolor que se encontra na segunda posição.

Ao comando dos dois conjuntos que se defrontaram na tarde de último sábado (10), na Matola C, estiveram dois jovens treinadores, antigos futebolistas e, curiosamente, ex-colegas na selecção nacional de futebol. À entrada da oitava jornada, quer Sérgio Faife Matsolo, quer Chiquinho Conde, eram os únicos que ainda não tinhamsentido o sabor amargo de uma derrota, factor que lhes permitia partilhar a liderança da prova, ambos com 17 pontos. Sem fugir muito às previsões, foram noventa minutos de uma partida táctica e equilibrada, apesar de os dois conjuntos terem apresentado modelos de jogo praticamente distintos.

Por um lado, a Liga Muçulmana, a jogar no 4 – 3 – 3, privilegiou a circulação e o domínio da bola, procurando destruir a barreira defensiva contrária com recurso ao ataque vertical. Por outro, o Maxaquene foi fiel ao seu 4 – 4 – 2 objectivo, assente num futebol extremamente directo e com transições rápidas de bola da defesa para o ataque. Os cruzamentos foram assumidos como a melhor maneira de atacar a baliza. Apesar dessa luta titânica, a moldura humana presente naquele recinto desportivo teve a oportunidade de assistir ao primeiro lance de verdadeiro perigo à passagem do vigésimo minuto.

Na cobrança de um livre directo, que partiu do lado esquerdo, Liberty rematou em direcção ao poste direito da baliza, mas o guarda-redes Simplex foi ao encontro da bola. Vinte minutos depois, os milhares de adeptos do Maxaquene gritaram golo, porém o esférico foi embater nas malhas laterais da baliza de Milagre, dando a sensação de ter ido parar no fundo das malhas.

Em jeito de resposta, os muçulmanos criaram uma jogada de ataque que culminou com um disparo de Liberty, tendo a bola passado por cima da baliza de Simplex. No período de compensação, depois de se ter atingido o minuto 45, os campeões nacionais voltaram a desperdiçar mais uma oportunidade clara de golo. Num lance iniciado por Kito, o zimbabweano Liberty cruzou da esquerda para o centro ao encontro de Imo que, diante do guarda-redes, desferiu um remate desastrado para fora das quatro linhas.

“Kanguru” ainda resolve “levezinho”!

Se nos primeiros 45 minutos a Liga Muçulmana esteve na mó de cima, na segunda metade do encontro os visitantes, mesmo com o seu futebol directo, foramsuperiores. Mas é importante que se esclareça um aspecto: o Maxaquene jogou melhor em termos de controlo da bola e passes certeiros, mas os donos da casa visitaram mais vezes a baliza de Simplex.

Ao notar o crescimento dos tricolores, face ao ataque da sua equipa que se tornou monótono e previsível, Sérgio FaifeMatsolo decidiu tirar Imo, fazendo entrar Nando, a sua arma secreta. Com a entrada daquele avançado, o ataque muçulmano refrescou-se, pois Kito passou a jogar no centro ao lado de Liberty, cedendo o flanco esquerdo ao colega que acabava de entrar. Esta substituição surtiu o efeito desejado três minutos mais tarde, ou seja, aos 65. Depois de percorrer vários metros pelo centro, Nando encetou uma jogada de ataque que culminou com um cruzamento aéreo de Muandro para o interior da grande área, ao encontro de Kito.

Em luta com um defesa tricolor, o antigo jogador do Maxaquene cabeceou mais para o interior, solicitando a intervenção de Jerry que, em posição regular, marcou o seu segundo golo nesta prova. Visivelmente abalados com esta contrariedade, os visitantes levaram sete minutos a visitar a baliza contrária, mas o cabeceamento de Betinho passou por cima do travessão. No minuto a seguir, o Maxaquene conduziu mais uma jogada rápida de ataque, porém o tiro de Vling foi defendido por Milagre.

Na sequência do pontapé de canto, Maurício Pequenino rematou ao lado do poste esquerdo. Já sem forças suficientes para manter a intensidade do jogo, o Maxaquene atacou pela última vez no minuto 75, através de um remate fraquíssimo de Isacque parou nas mãos do guarda-redes adversário. Sem mais incidências, o árbitro deu por terminada a partida em que, apesar da derrota do Maxaquene, muitos tiveram a certeza de que o encontro envolveu os dois melhores conjuntos da actualidade no Moçambola.

A batalha táctica, sobretudo pelo domínio do meio-campo, foi do agrado dos cinco mil adeptos que encheram por completo o campo da Liga Muçulmana. Os campeões nacionais em título, refira-se, isolaram-se no topo da tabela classificativa, com 20 pontos, deixando para trás um conjunto tricolor combativo, espectacularmente defensivo e com um futebol directo venenoso.

“Foi uma vitória saborosa”, Sérgio Faife Matsolo

“Jogámos contra uma equipa muito forte, determinada e objectiva. Tivemos pela frenteum adversário muito bem dirigido, que em algum momento do jogo nos fez sofrer, sobretudo nos primeiros 20 minutos e no último quarto de hora. Devo confessar que foi uma vitória saborosa e que nos coloca no caminho certo para a revalidação do título.

“A Liga Muçulmana está de parabéns pela vitória”, Chiquinho Conde

“Tenho de dar os parabéns à Liga Muçulmana pela vitória. Foi um bom jogo e muito bem disputado, sobretudo na primeira parte. A minha equipa ressentiu-se muito da pressão que esteve a exercer, sendo quepor isso baixou as linhas, o que terá impulsionado o crescimento do nosso adversário. Na segunda metade tentámos empreender maior velocidade de modo a chegarmos com mais gente à frente, mas depois sofremos aquele golo.

Do sítio onde eu estava não percebi, mas deu a impressão de ter havido fora- -de-jogo. Contudo, de qualquer forma, isso não retira o mérito dos muçulmanos pela vitória. Um empate seria um resultado justo”.

Estamos com saudades daquele Ferroviário de Nampula!

O Clube Ferroviário de Nampula voltou a desperdiçar pontos nesta competição, depois de arrancar um empate, sem abertura de contagem, diante do Ferroviário de Quelimane na capital da Zambézia.

Não restam dúvidas de que, na cidade Nampula, os amantes do futebolestãocom muitas saudades das primeiras seis jornadas desta competição. Naquele tempo, diga-se de passagem, a conversa era sobre a liderança do Moçambola que pertencia a um sensacional Ferroviário local. Foram seis jornadas de sonho para aquela locomotiva, considerando que, apesar da derrota na sexta, Rogério Gonçalves continuava incólume no topo da tabela classificativa.

Nos primeiros cinco jogos, aquela despretensiosa equipa atropelou todos os adversários e soube conservar uma invencibilidade que chegava a incomodar os chamados grandes. Era proibido falar de equipas fortes do Moçambola, sem no mínimo fazer referência ao Ferroviário de Nampula. Actualmente, disputadas oito jornadas, esses contos não passam de crónicas saudosistas.

Em apenas três jogos consecutivos, o Clube Ferroviário de Nampula conquistou apenas dois pontos, perdeu a primeira posição e, não tendo permanecido na segunda, caiu de forma estrondosa para a terceira, a seguir ao Maxaquene. O último descarrilamento daquele comboio foi registado no campo do Sporting de Quelimane, diante do Ferroviário local, onde os treinados pelo português Rogério Gonçalves empataram sem abertura de contagem.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts