Com oito jornalistas atrás das grades, a Etiópia ultrapassa apenas Eritreia entre as nações africanas com mais jornalistas na cadeia. Neste domingo (02) o jornalista Woubshet Taye comemora mais aniversário na prisão, completa 36 anos de idade, e vê a sua saúde deteriora-se. Ainda hoje o jornalista Eskinder Nega assinala 900 dias preso, a cumprir uma pena de 18 anos.
Ambos jornalista foram condenados por alegado terrorismo após publicarem artigos críticos ao Estado, ao abrigo de uma Lei de Combate ao terrorismo criada pelo Governo de Addis Abeba em 2009.
Esta lei foi criada pelo Governo Etíope que temia a eclosão de uma revolta popular, ao estilo da primavera árabe, e ao seu abrigo foram detidos proeminentes jornalistas e intelectuais dissidentes.
A Comissão Africana dos direitos humanos, a alta comissária da ONU para direitos humanos, o departamento de estado dos EUA e membros do Congresso dos EUA condenaram o uso de motivos políticos pelo governo etíope da lei dura para sufocar a dissidência pacífica e a liberdade de expressão.
Woubshet Taye está entre 11 jornalistas que foram condenados às prisões ásperas nos termos da lei, alguns à revelia.
O relator especial das Nações Unidas sobre a tortura e outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes ou punição determinada num relatório que Woubshet e outros jornalistas foram presos por exercício pacífico da liberdade de expressão e que as suas prisões violaram o direito internacional.