No distrito do Búzi, na província de Sofala, a malária aumentou de 16.600 casos e 14 óbitos, em 2012, para 34.721 e 19 óbitos, em 2013. Contudo, a população de Guara-Guara, Nova Sofala e Ampara, por exemplo, usa as redes mosquiteiras para a pesca e não para a prevenção da doença que, anualmente, mata cerca de 36.000 crianças e é responsável por cerca de 40 porcento de todas as consultas externas e 60 porcento das consultas internas nas enfermarias de pediatrias em Moçambique.
Algumas famílias utilizam as redes mosquiteiras oferecidas às mulheres grávidas nas unidades sanitárias, durante as consultas pré-natais, e outras compram-nas no mercado informal, onde a venda é também desregrada, para a mesma actividade de captura de peixe.
Entretanto, as autoridades da saúde e das pescas no Búzi mantêm-se inertes relativamente a este problema que, além de concorrer para o fracasso do combate à malária, tem criado sérias dificuldades à embarcação Massique por causa da proliferação de redes mosquiteiras no trajecto Búzi/Beira, onde navega, pois as populações pescam nas encostas e não no interior. Aquele barco tem capacidade para transportar mais de 90 pessoas e bens.
O Instituto de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala manifestou-se preocupado devido à captura desenfreada de peixe com recurso a redes mosquiteiras uma vez que afecta o peixe que ainda não está na fase de ser consumido, sobretudo em Ampara e Nova Sofala.
Tomé José, administrador do Búzi, condenou o facto de as comunidades utilizarem as redes mosquiteiras para a pesca em vez de combater a malária. Contudo, não avançou nenhuma medida para contornar a situação.