Os helicópteros militares da Síria lançaram mais “bombas de barril” improvisadas na cidade de Aleppo, norte do país, este domingo (2), segundo um grupo de monitoramento, levando o número de mortos para 83 pessoas no último episódio de uma campanha que muitos consideram ser um crime de guerra.
A maioria das vítimas mortas desde sexta-feira é composta de civis de distritos ao leste da cidade, incluindo mulheres e crianças, segundo o grupo britânico Observatório Sírio para Direitos Humanos, que tem uma rede de informantes ao redor da Síria.
O uso de bombas de barril – barris de óleo ou cilindros com explosivos e fragmentos metálicos – foi condenado internacionalmente, inclusive pela delegação de oposição da Síria e seus aliados ocidentais em negociações de paz na Suíça.
A primeira rodada de negociações terminou na sexta-feira sem nenhum progresso no sentido de encerrar a guerra civil que já dura três anos na Síria ou pelo menos reduzir a violência, que regularmente mata mais de 100 pessoas por dia.
As potências ocidentais propuseram uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, em Dezembro, para expressar indignação com o uso de bombas de barris, que matam indiscriminadamente civis inocentes. A arma matou bem mais de 700 pessoas na Síria nas últimas seis semanas.
A Rússia, porém, aliada ao presidente Bashar al-Assad, tem repetidamente bloqueado esses planos do Conselho de Segurança. As autoridades sírias disseram que estão a lutar contra rebeldes que controlam várias áreas de Aleppo, um dia o centro de negócios da Síria e sua maior cidade, agora dividida entre o governo e as forças rebeldes.
O Observatório disse que houve “muito congestionamento” num posto de revisão num bairro no sudoeste depois de o governo ter fechado a passagem para os carros, evitando que os moradores fugissem dos bombardeios e conflitos mais ao leste.
Os militares também usaram os barris nos subúrbios da capital Damasco ao longo do final de semana e realizaram bombardeios e ataques aéreos noutras cidades e vilarejos ao redor do país, afirmaram o Observatório e outros activistas.
Esses relatos não puderam ser confirmados de forma independente. Desde março de 2011, mais de 130 mil pessoas ao redor da Síria foram mortas e quase seis milhões foram forçadas a deixarem as suas casas. O conflito começou com protestos populares contra o regime de quatro décadas da família Assad, mas evoluiu para uma guerra civil depois da repressão das forças de segurança.