O escritor e poeta argentino Juan Gelman, vencedor de vários prémios literários de grande reconhecimento e que viveu 14 anos exilado por causa da ditadura militar no seu país, morreu, terça-feira (14), na Cidade do México, aos 83 anos, informou o Conselho Nacional para a Cultura e as Artes do México.
O autor, que nasceu em Buenos Aires e vivia na capital mexicana há mais de duas décadas, morreu logo depois de ter sido hospitalizado. A mídia local noticiou uma síndrome mielodisplásica, uma disfunção da medula óssea, como a causa da morte.
Gelman teve a sua obra reconhecida pelo prémio Rainha Sofía de Poesia Iberoamericana e pelo Prémio Cervantes, entre outras premiações. Em 1948, ele entrou na universidade de química, que abandonou para se dedicar à poesia e ao jornalismo em tempo integral.
“Juan Gelman, poeta de alma mexicana, poeta maior, morreu. Os meus pêsames aos seus parentes”, escreveu o presidente do conselho para cultura e artes do México, Rafael Tovar y de Teresa, na sua conta no Twitter.
Filho de imigrantes judeus ucranianos, Gelman foi um incansável lutador contra a impunidade no período da ditadura militar na Argentina, durante a qual um dos seus filho foi sequestrado e assassinado.
Depois de uma busca desesperada, o autor – que viveu no exílio entre 1975 e 1988 nas cidades como Roma, Madrid, Manágua, Paris, Nova York e Cidade do México – encontrou a sua neta desaparecida no Uruguai.