O primeiro-ministro da Tunísia, Ali Larayedh, renunciou, esta quinta-feira (9), como parte de um acordo com a oposição para concluir o processo de transição para a democracia.
“Eu acabo de entregar a minha renúncia ao presidente”, disse a jornalistas o primeiro-ministro islamita. “O presidente vai indicar como novo primeiro-ministro Mehdi Jomaa em breve, e ele vai apresentar o seu novo gabinete nos próximos dias.”
Três anos depois de uma revolta popular contra o autocrata Zine el-Abidine Ben Ali, a Tunísia está no estágio final para estabelecer uma democracia completa antes de eleições numa região instável.
A Tunísia, um dos países mais seculares do mundo árabe, tem sofrido com as divisões sobre o papel do Islão e o surgimento de militantes islâmicos radicais desde a revolta de 2011 que inspirou outras na região.
O assassinato de dois líderes de oposição por homens armados no ano passado fortaleceu os adversários seculares do partido islâmico Ennahda, que tomaram as ruas do país exigindo a renúncia dos membros do partido e acusando-os de serem condescendentes com os radicais.
O Ennahda chegou a um acordo no ano passado com o principal grupo de oposição, o Nidaa Tounes, para entregar o poder quando os partidos terminassem de escrever a nova Constituição, estabelecessem a data para eleições e nomeassem um conselho eleitoral para supervisionar a votação.