Dezenas de milhares de ucranianos marcharam até ao gabinete do presidente Viktor Yanukovich, este domingo (24), reclamando de um afastamento da União Europeia e uma aproximação com a Rússia, nas maiores manifestações de rua dos últimos anos no país.
A polícia e um grupo de manifestantes entraram em confronto na frente da sede do governo, com uso de gás de pimenta e cacetetes, dias depois da surpreendente decisão do primeiro-ministro Mykola Azarov Yanukovich de abandonar um pacto comercial com a União Europeia.
Os líderes de oposição diziam à multidão por meio de megafones que começariam movimentos para derrubar o presidente a não ser que ele assine um importante acordo comercial com a UE a 29 de Novembro, como originalmente planeado.
A assinatura do acordo de associação era para ser a peça central de uma cúpula da UE na capital da Lituânia, Vilnius, na próxima sexta-feira, e marcaria uma mudança histórica para a Ucrânia, afastando-se da Rússia.
O Kremlin ameaçou com retaliação comercial, despertando temores de corte no fornecimentos de gás russo para a Ucrânia e através dela para o Ocidente. Os líderes da oposição dizem que Yanukovich nunca teve a intenção de assinar o acordo em Vilnius e usou as longas negociações para ganhar tempo, enquanto acertava com a Rússia um acordo lucrativo que também possa lhe garantir a reeleição em 2015.