A polícia angolana lançou gás lacrimogéneo e disparou tiros para dispersar centenas de partidários da oposição que protestavam na capital, este sábado (23), contra o desaparecimento e possível assassinato de dois activistas contrários ao governo.
O partido MPLA, que está no poder, acusou, esta semana, o principal grupo opositor, a Unita, de promover “caos e anarquia” pelos planos de realizar protestos em todo o país, segundo maior produtor de petróleo da África.
Os promotores afirmaram, semana passada, que Isaias Cassule e Antonio Alves Camulingui, que organizaram protestos de ex-guardas presidenciais para exigir o pagamento de salários atrasados, foram sequestrados e possivelmente assassinados em Maio de 2012.
Na capital, os manifestantes foram recebidos por policiais fortemente armados, alguns a cavalo, que investiram contra a multidão quando os jovens começaram a lançar pedras contra eles. O ex-grupo rebelde Unita perdeu uma guerra civil de 27 anos contra o MPLA em 2002, e desde então foi derrotado em duas eleições.
O grupo acusa há muito tempo o presidente José Eduardo dos Santos de ignorar os direitos humanos e utilizar violência excessiva para reprimir os opositores durante os seus 34 anos de governo. O MPLA disse que Dos Santos ordenou uma investigação sobre os desaparecimentos e que os responsáveis serão punidos.