A economia de Moçambique permanece dinâmica e recuperou rapidamente das graves cheias ocorridas no início de 2013, e calcula-se que o crescimento atinja os sete porcento este ano e acelere para 8,3% em 2014, segundo a indicação do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O bom desempenho da economia moçambicana no próximo ano será apoiado pelos elevados níveis de actividade nas indústrias extractivas, serviços financeiros, transportes e comunicações.
De acordo com o FMI, após uma aceleração da inflação no primeiro trimestre do ano, as pressões inflacionárias abrandaram devido à recuperação da produção agrícola doméstica após as cheias e à apreciação do metical face ao rand.
Como resultado, a inflação de fim de período provavelmente continuará abaixo dos cinco a seis porcento, a meta do Banco de Moçambique para o médio prazo. O défice da conta corrente externa deve ascender aos 43% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 devido ao aumento sustentado das importações associadas aos grandes projectos de investimento, e será financiado principalmente pelo Investimento Directo Estrangeiro (IDE).
Relativamente às operações do Governo, calcula-se que o saldo primário doméstico alcance o equilíbrio em 2013, apoiado pela receita extraordinária do imposto sobre as mais-valias, superior aos 4% do PIB, mas que venha a transformar-se num défice em 2014.
“Tudo indica que Moçambique continuará a ser uma das economias mais dinâmicas da África Subsariana, em parte graças à expectativa de forte expansão do sector de recursos naturais”, refere aquela instituição.
Nesse contexto, será importante continuar a manter o foco em políticas que atraiam o investimento noutros sectores da economia, em especial a agricultura, que garante o sustento de 80 procento da população moçambicana.
Isso ajudará a garantir uma maior diversificação económica e a partilha mais generalizada dos benefícios do crescimento, em consonância com as prioridades e estratégias das autoridades em matéria de desenvolvimento e redução da pobreza. Igualmente importantes serão os esforços para consolidar o quadro orçamental com bastante antecedência em relação à entrada de receitas dos recursos naturais (a partir do final da década, segundo as previsões preliminares).

