Ao apagar das luzes, mais precisamente aos 90 minutos, Chana fez jus ao nome, à história e à grandeza do Desportivo de Maputo. Numa jogada de insistência apareceu com o seu pé mágico para desfazer a mentira do jogo. 1 a 2 aos 90 minutos, uma cambalhota que se pediu ao longo do jogo.
Foi um jogo vivido e sofrido de forma intensa fora das quatro linhas. O Samora Machel de Chókwè ignorou os preceitos da grandeza e entrou atrevido, leve e até agressivo. O público delirava pelas investidas dos seus jogadores que, pela sua manifesta capacidade de corrida, criavam dissabores aos defesas alvinegros.
Para esta partida, Artur Semedo operou mudanças de peso no onze inicial, colocando no banco de suplentes o guarda-redes Marcelino depois da sua vergonha actuação no último embate da sua colectividade a contar para a Taça de Moçambique. José, chamado para os testes na baliza alvinegra, não claudicou.
Sempre que aquele guardião fosse solicitado, ele respondia à altura dos acontecimentos, ainda que tenha sofrido um golo num lance em que nada podia fazer visto que, em abono da verdade, diga-se, foi um hino ao futebol: a bola é bombeada para a grande área do Desportivo. A defesa arrisca um corte para fora dela, sobrando para um jogador do Samora Machel que endossa para um colega que desfere um portentoso remate para o fundo das malhas para o gáudio do público local.
A “rapaziada” não entrou em fatalismos e arregaçou as mangas à procura do empate, manietando o seu adversário. Evoluiu sobremaneira na abordagem do jogo e criou várias situações de golo. Porém os seus dianteiros não atinavam com a baliza e os visitados iam fazendo contra-ataques esporádicos que assustavam ainda mais a raça alvinegra.
Mas porque “quem procura encontra” e a “persistência premeia-se”, Orlando, aos 41 minutos, depois de ganhar uma bola dentro da grande área adversaria, encheu o pé para o 1 a 1, resultado com que se foi ao descanso. A segunda parte começou com um inconformado Desportivo de Maputo diante de um adversário satisfeito com o resultado. Aliás, foi notável o “cai-cai” da equipa da casa com o único objectivo de “ludibriar” o cronómetro.
Semedo chamou ao campo do jogo o experiente Chana para substituir Orlando. Com esta troca os visitantes ganharam maior consistência no ataque, sobretudo com a entrada, a dado momento, de Aníbal para o lugar de Rachide. Porém, a cambalhota, essa, deu-se ao apagar das luzes por intermédio de Chana.
Com este resultado, o Desportivo somou o seu 25º ponto, mantendo a diferença de sete pontos com o segundo classificado, o Estrela Vermelha de Maputo, que neste domingo (20) derrotou o Ferroviário de Inhambane por 2 a 0.
Quadro completo de resultados da zona Sul
Estrela Vermelha de Maputo 2 – 0 Ferroviário de Inhambane
Samora Machel 1 – 2 Desportivo de Maputo
MG da Matola 0 – 1 Ferroviário de Gaza
AD da Maxixe 0 – 2 Incomáti de Xinavane