Um tribunal de Joanesburgo condenou nesta segunda -feira (14) o Governo sul -africano a pagar a ajuda jurisdicional aos sobreviventes do massacre de Marikana, no decurso do qual a Polícia atirou mortalmente contra 34 mineiros grevistas em Agosto de 2012.
O governo sul-africano foi levado à barras da justiça por ter recusado pagar os gastos dos advogados que representam os 270 mineiros na comissão encarregue de esclarecer as circunstâncias e responsabilizar os culpados dos acontecimentos macabros.
O principal advogado dos mineiros, Dali Mpofu, descreveu a decisão da alta corte de Gauteng do Sul (Joanesburgo) como “uma grande vitória para os trabalhadores, os pobres mineiros”.
“Para o país, é uma decisão muito importante. Existe doravante uma probabilidade mais importante porque nós obtivemos a verdade sobre o que realmente se passou em Marikana”, reagiu aos microfones da rádio EWN.
Os trabalhos da comissão criada pelo Presidente Jacob Zuma , logo após o incidente, de acordo com Mpofu, foram distorcidos porque o Estado paga os gastos dos polícias e pretere os das vítimas. O Governo sul -africano até aqui ainda não se pronunciou se iria recorrer do veredicto.
A principal questão sobre a qual a comissão deverá responder é se os polícias têm razão ou não de afirmar que estavam em estado de legítima defesa quando a ordem de abrir fogo com balas reais foi dada.
O inquérito demonstra que uma parte das vítimas foi perseguida pela Polícia após o tiroteio, e morta com tiros nas costas. A comissão indicou em Setembro que a Polícia lhe havia mentido ao sonegar e omitir alguns documentos chave do processo.
A Polícia sul -africana havia disparado mortalmente, a 16 de Agosto, contra uma manifestação de grevistas hostis na mina de platina de Marikana, explorada pelo grupo britânico “Lonmin”, causando a morte de 34 mineiros e ferimento a 78 outros.