A Marinha italiana resgatou, esta terça-feira (15), cerca de 300 imigrantes nas águas entre a Sicília e a Líbia, e o governo mobilizou navios, helicópteros e aviões não tripulados para evitar novos naufrágios como os que causaram centenas de mortes este mês.
Uma fragata e uma embarcação militar de patrulha foram mobilizadas na noite da segunda-feira, quando dois barcos usados por imigrantes, navegando separadamente, usaram telefones via satélite para pedir ajuda, segundo nota da Marinha.
Eles foram resgatados e levados na terça-feira para a ilha de Lampedusa, ao sul da Sicília. No último dia 3, mais de 360 pessoas, a maioria eritreus, morreram num naufrágio a menos de um quilómetro de Lampedusa. Sexta-feira passada, pelo menos 34 outros migrantes afogaram-se na mesma região, embora a cifra possa chegar a mais de 200.
Lampedusa, que fica a apenas 113 quilómetros da costa da Tunísia, atrai há duas décadas muitos imigrantes africanos que procuram uma vida melhor na Europa. Agora, a guerra civil na Síria e as crises políticas no Egito e noutros países árabes e africanos fazem com que o fluxo de refugiados se intensifique.
Na tentativa de conter o trânsito das precárias embarcações e evitar novas tragédias, a Itália começou, terça-feira, a intensificar a presença militar nas águas que separam o seu território do norte da África. As autoridades vão mobilizar um navio anfíbio com um hospital a bordo, além de cinco outras embarcações, helicópteros e um avião equipado com visão nocturna, além dos aviões não tripulados.
“Será uma operação militar e humanitária para reforçar as capacidades de vigilância e resgate em mar aberto, o que irá aumentar os níveis de segurança e salvar vidas”, disse o ministro da Defesa, Mario Mauro, na noite da terça-feira, quando o plano foi definido.
As organizações humanitárias criticaram o que vêem como uma crescente militarização das fronteiras, argumentando que essa operação pode salvar vidas por um lado, mas que por outro deixará um grande número de migrantes retido no deserto do Saara ou nas mãos de milicianos e criminosos líbios.
“Não está dado que se um navio de Marinha italiana intervier os migrantes serão levados para um porto italiano. Vai depender de onde a operação acontece”, disse o ministro italiano do Interior, Angelino Alfano.
