Cerca de 60 pessoas já morreram em confrontos religiosos na República Centro-Africana, disseram testemunhas e uma autoridade local na quarta-feira, enquanto a França intensificava a pressão por uma intervenção internacional.
O país, que é pobre apesar dos seus recursos minerais, mergulhou no caos desde que rebeldes nortistas da etnia seleka, maioritariamente muçulmanos, capturaram a capital, Bangui, e depuseram o presidente François Bozize, em março.
O presidente interino, Michel Djotodia, dissolveu o grupo rebelde, mas a incapacidade do seu governo em conter a violência levou a França a defender no Conselho de Segurança da ONU uma intervenção internacional para restaurar a ordem.
Milícias locais conhecidas como “anti-balaka”, ou “antifacão”, atacaram na segunda-feira uma posição dos selekas na localidade mineradora de Gaga, a cerca de 250 quilómetros da capital, matando quatro ex-rebeldes. Em seguida, eles atacaram civis muçulmanos.
Os combatentes selekas retaliaram contra cristãos na aldeia, segundo testemunhas. Atiradores selekas, muitos deles oriundos dos vizinhos Chade e Sudão, são acusados repetidamente de profanarem igrejas e aterrorizarem comunidades cristãs.
“Estamos a espera reforços a fim de ir para lá, mas os vários relatos que reunimos de sobreviventes vindos de Gaga nos levam a crer que há mais de 60 mortos”, disse Judicael Kama, funcionário de segurança na localidade de Yaloke, a 35 quilômetros de Gaga.