A Organização Mundial de Saúde (OMS), com sede em Genebra, alertou nesta sexta-feira para a existência de centenas de suspeitas de casos humanos de gripe suína no México e nos Estados Unidos, incluindo cerca de 60 mortais no país latino-americano.
“Temos hoje cerca de 800 casos suspeitos de gripe suína, com 57 mortos, na região da Cidade do México”, declarou à imprensa a porta-voz da OMS, Fadela Chaib. “Foram descobertos casos similares na região de San Luis Potosí, no centro do México”, acrescentou.
“Nos Estados Unidos há sete casos comprovados: cinco na Califórnia (oeste) e dois no Texas (sul)”, indicou Chaib. Segundo ela, não foram registradas mortes nos Estados Unidos, onde o vírus causador da doença pertence à cepa H1N1.
O secretário de Saúde mexicano, José Angel Córdova, confirmou o surgimento de um foco de gripe suína e indicou que investigava 45 possíveis mortes ligadas à doença, assim como 943 casos “suspeitos”. Nos Estados Unidos, médicos e especialistas se disseram “muito preocupados” com este estranho alastramento da febre suína. No México, os primeiros indícios de epidemia foram registrados no final do mês de março, com um pico em abril, segundo Fadela Chaib.
A preocupação da OMS é justificada pelo fato de o porco servir de “hóspede” para o desenvolvimento de uma nova cepa muito virulenta para o homem, combinando os materiais genéticos da gripe suína e da gripe aviária. “O novo vírus que resultasse (de semelhante troca de material genético) e não fosse reconhecido pelo sistema imunológico humano poderia potencialmente causar uma pandemia se guardasse genes suficientes do vírus humano para permitir uma transmissão entre humanos eficaz e se provocasse uma patologia grave”, segundo um dos possíveis cenários para os cientistas da OMS.