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Homem que levou Al Qaeda ao Afeganistão agora concorre à Presidência

O homem responsável por ter levado a al Qaeda para o Afeganistão anunciou, esta quinta-feira (3), que estava a concorrer para presidente, uma decisão que deve ser recebida com apreensão pela comunidade internacional. O presidente Hamid Karzai está proibido de disputar as eleições pela Constituição, e o novo governo é visto como uma oportunidade de afastar o país de anos de alegações prejudiciais de corrupção e má administração.

“Hoje eu me candidato a fim de servir os meus compatriotas e a minha nação – quero estar ao lado dos verdadeiros servidores do Afeganistão”, disse Abdul Rassoul Sayyaf, segundo a Reuters, minutos antes de se registar nos escritórios da Comissão Eleitoral Independente de Cabul.

No próximo ano, milhões de afegãos votarão no que está a ser vista como a eleição mais importante desde que a guerra liderada pelos Estados Unidos contra o Taliban afegão começou, 12 anos atrás. A NATO e os EUA também estão a pressionar por uma votação convincente antes da saída de dezenas de milhares de soldados estrangeiros até o final do próximo ano.

Os diplomatas ocidentais falaram anteriormente sobre os seus temores com relação à indicação de Sayyaf, devido a suas opiniões profundamente conservadoras com relação aos direitos das mulheres e as liberdades sociais, e os seus profundos laços com o Islão militante. O grupo insurgente filipino Abu Sayyaf foi baptizado em sua homenagem e ele foi mencionado nos relatórios da comissão de 11 de Setembro como “mentor” de Khalid Sheikh Muhammad, o arquitecto dos ataques de 11 de Setembro de 2001.

Um académico islâmico conservador, Sayyaf dirigiu campos de treinamento paramilitares no Afeganistão e Paquistão nos anos 1980 e 1990, e foi ali que conheceu o líder da al Qaeda, Osama bin Laden. Em 1996, Sayyaf ajudou Bin Laden a voltar para o Afeganistão depois de ele ter sido expulso do Sudão. Bin Laden ficou no país sob a protecção do Taliban até a invasão liderada pelos norte-americanos, no final de 2001.

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