Na sua homenagem pela conquista do prémio Revelação no Festival Internacional de Teatro da Língua Portuguesa (FESTLIP), por parte do Teatro Lareira, o ministro da Cultura, Armando Artur, felicitou e revitalizou os vencedores a contribuir na internacionalização das artes e cultura em Moçambique. “Na verdade, não só devemos consumir dos outros, mas, também devemos exportar o que é nosso”, disse o ministro esperançoso na vitória.
No encontro realizado recentemente no Ministério da Cultura, Armando Artur depositou alguma fé e confiança no crescimento das artes e actividades culturais em Moçambique.
Artur considera o ganho dos artistas no FESTLIP é significante na medida que se está diante de uma colectividade criada a menos de quatro anos. Para o dirigente só a participação de um grupo em actividades internacionais é sinónimo de um trabalho árduo e comprometimento na obra que se faz.
Armando Artur diz que o Governo e o sector privado já estão a trabalhar numa nova etapa que é a internacionalização das artes moçambicanas. Nesse sentido garantiu que – com a subida do Orçamento do Estado – vai-se investir, promover e contribuir na elevação da cultura, com esperança de alcançar bons resultados, principalmente dos mais novos.
Entretanto, o ministro da cultura reitera que “as artes e as actividades culturais em Moçambique estão em constante crescimento, em resultado da criação de novos grupos que exportam a sua o produção, não só a nível dos países falantes da língua portuguesa como também em África e no mundo”.
Portanto, se por um lado o ministro espera bons resultados da parte do Governo e dos artistas, por outro, o grupo Lareira diz que o prémio é um dos bons resultados já alcançados desde a sua criação, sem contar também com um leque de eventos ainda por agendar.
Para o grupo, não só o amor pelo teatro é que lhes levou ao sucesso, mas também a humildade e simplicidade consistiram, nessa vitória, um dos factores determinantes.
Na ocasião, o encenador Elliot Alex refere que o prémio é resultado do trabalho árduo do grupo. Entretanto, “quando começamos com o projecto de formar este grupo, não tínhamos espaços para ensaiar. Algumas vezes fomos obrigados a retirar cadeiras e mesas da sala das nossas casas só para aproveitar o compartimento largo da sala. Então, nesse sentido, o prémio é uma mais-valia. Valeu a nossa persistência”.
O texto apresentado pelo grupo, em Agosto passado no Brasil, retrata a situação de um país em conflito armado. As guerras tribais são o foco dessa história, onde tudo vira cinzas e os oprimidos são mortos cruelmente. Ao longo da cena observa-se este massacre que aterroriza os povos africanos.
O texto Cinzas Sobre as Mãos foi escrito pelo francês Laurent Gaudé e encenado por Elliot Alex, com a participação dos actores Diaz Santana, Sérgio Mabombo e Lucrécia Noronha.