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Viajar de transporte público ainda é um calvário Maputo

A qualidade de vida dos munícipes depende do acesso ao bens e serviços disponíveis numa cidade e da facilidade de deslocamento, o que não está acontecer actualmente na capital moçambicana, na Matola, em Boane e Marracuene. As condições de viagem de um lugar para outro nestas zonas ilustra deterioraram-se. Em 2012 a zona metropolitana, que compreende área de habitação em apreço, possuia uma população estimada em 2.2 milhões. Dentre ela, 9,2 porcento usa machimbombo, 32,9 porcento o transporte privado, vulgo “chapas 100”, 45,9 porcento recorrem a bicicleta e aos próprios pés. Os restantes viajam de carros particulares, ferry-boat, comboio, camião e motorizada, com 10,2, 0,6, 0,7, 0,4 e 0,2 porcento respectivamente.

O parque automóvel de passageiros e os deficientes meios de transporte urbano em Maputo ainda são visíveis e constituem um problema para os munícipes, a satisfação da demanda  está aquém das expectativas, o que concorre para a criação de desigualdades sociais e redução da qualidade de vida dos utentes, defendeu esta quinta-feira (26), em Maputo, a Rede Uthende (RUth), uma organização não governamental de Advocacia e Loby Social, no II Fórum de debate público sobre transportes e mobilidade urbana, decorrido sob o lema “Desafios e Soluções de Mobilidade para a Área Metropolitana de Maputo”.

Segundo O director da Ruth, Fernando Menete, o que condiciona o transporte são as suas condições precárias, vias de acesso degradadas, congestionamento que contribui para que não haja cumprimento de horários na deslocação, o elevado custo de viagem devido ao fenómeno de encurtamento e o comportamento menos ético dos operadores dos “chapa 100”.

Por sua vez, o membro da bancada municipal Juntos pela Cidade, Lourenço Júnior, disse que o Plano Director de Mobilidade e Transporte Urbano está reduzido a um horizonte temporal (2035) e não define o que será da urbe depois desse período.

Lourenço Júnior sublinhou que mais do que implementar este plano é necessário salvaguardar aspectos tais como o crescimento demográfico, descentralização de infra-estruturas sociais para as zonas periféricas, habitação, gestão do sistema de transporte no seu todo, uma vez que ela trará consigo novos desafios para a urbe.

Entretanto um dos transportadores da província de Maputo, Nemias Matsinhe, disse que não se pode introduzir um sistema de transporte amplo e complexo, enquanto mesmo no mais simplificado a edilidade encontra dificuldades para sua gestão. “Não podemos buscar planos de outras realidades e com problemas diferentes para resolver o problema dos transportes, porque estaremos a trazer mais lacunas para o sector”

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