O governo da Venezuela denunciou, esta Quinta-feira (19), que os Estados Unidos proibiram que o avião do presidente Nicolás Maduro sobrevoe o espaço aéreo de Porto Rico, noutro incidente entre as nações que não têm relações diplomáticas.
Maduro viajará à China no fim de semana e o seu avião passaria sobre a ilha caribenha. No entanto, depois da proibição, o ministro das Relações Exteriores, Elías Jaua, disse que o governo não cancelará a viagem ao país asiático, mas que vai procurar rotas alternativas.
“Recebemos informações das autoridades norte-americanas de que nos foi negado o voo sobre o espaço aéreo dos Estados Unidos”, disse Jaua durante uma reunião com a chanceler da África do Sul, Maite Nkoana-Mashabane. “Denunciamos isso como mais uma agressão do imperialismo norte-americano contra o governo da República Bolivariana da Venezuela”, queixou-se.
Por quase três décadas do governo do falecido Hugo Chávez, a Venezuela teve uma relação tensa com a Casa Branca. O líder socialista acusava os EUA de conspirações “imperialistas” contra ele, o que provocou a saída dos respectivos embaixadores há dois anos.
O seu sucessor, Maduro, que venceu as eleições presidenciais em Abril por uma estreita vantagem, encarregou Jaua de tentar retomar as relações bilaterais, mas como Washington não reconheceu Maduro como presidente, o atrito continuou.
No início de Julho, num incidente semelhante, Espanha, França, Itália e Portugal proibiram o avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, de sobrevoar os seus territórios devido às suspeitas de que transportava o fugitivo norte-americano Edward Snowden, iniciando um impasse diplomático entre a América Latina e a Europa.