Raparigas moçambicanas com idades compreendidas entre os cinco e onze anos estão a ser submetidas a trabalhos infantis denominados clandestinos e invisíveis dentro e fora de Moçambique, segundo o Ministério do Trabalho.
Este departamento governamental não indica o número de menores envolvidos, nem as regiões onde a prática criminosa está a ser feita e o que está a ser feito no sentido de desencorajar o crime. Refere a seguir que, no geral pelo menos uma em cada cinco crianças com aquelas idades está envolvida no trabalho infantil em Moçambique, situação que obriga o Governo a aprovar o Plano Nacional de Acção Contra o Trabalho Infantil, lançado esta terça-feira em Maputo.
O documento estima ainda que cerca de 22% de crianças, entre os cinco e 14 anos de idade, estão envolvidas de alguma forma numa actividade económica, na Agricultura e na prestação de serviços diversos muitos deles pesados.
As raparigas encontram-se na situação de maior desvantagem em relação ao seu direito à vida, crescimento, desenvolvimento e protecção, segundo o mesmo documento, apontando a pobreza extrema como uma das principais razões da situação.
Nos últimos tempos, refira-se, o trabalho infantil aparece como uma das consequências do HIV/SIDA, dada a existência de crianças-chefes de família que têm de tomar conta dos irmãos mais novos em consequência da morte dos pais, vítimas da pandemia.