A delegação da Renamo no diálogo com o Governo considerou, esta segunda-feira (02), no fim da 19a ronda, que terminou sem consenso, que o académico Lourenço do Rosário e o líder religioso Dom Dinis Sengulane deviam participar no diálogo como facilitadores.
O chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, recordou que aquelas duas figuras já estiveram em Santhundjira, na província de Sofala, para dialogar com o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, no sentido de se ultrapassar a tensão politica no país. Por via disso, são as pessoas indicadas para mediar a conversação com o Governo.
Relativamente aos possíveis mediadores internacionais, a Renamo disse não ter ainda identificado um país específico, mas já conversou com alguns membros da Comunidade para Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) tal é o caso da África do Sul. A “Perdiz” afirma ainda que não está disponível para aceitar qualquer mediador internacional ou nacional indicado pelo Governo.
A delegação da Renamo voltou a insistir na necessidade de se incluir facilitadores nacionais que possam ajudar as partes a “ultrapassar a falta de conclusão em relação ao pacote eleitoral,” o que não é aceite pelo Governo. E os representantes do Governo reafirmaram a não abertura para o entrada de facilitadores no diálogo, por entenderem que eles não são necessários.
O líder da delegação governamental, José Pacheco, disse que para o Executivo moçambicano ainda não está excedida a capacidade de negociar com a Renamo.
“Tendo em conta o consenso que tivemos sobre esse ponto (presença de facilitadores), o mesmo não irá condicionar o diálogo, nós deixamos de pensar nesse assunto.” disse Pacheco recusando, assim, indicar os possíveis nomes de individualidades que possam ser chamadas a intervir no diálogo.
Na ronda desta segunda-feira, a delegação do Executivo voltou a insistir na necessidade de se preparar o encontro entre os chefes do Governo e da Renamo, mas novamente não houve sucesso.