O Grupo do Teatro do Oprimido (GTO-Maputo) realiza entre 26 e 30 de Agosto uma oficina de formação em técnicas naquela expressão artística. O evento tem como público-alvo actores do distrito de Montepuez e Pemba Metuge num universos de 24 pessoas.
Os formandos actuarão nos seus distritos como catalizadores do debate a volta da participação e cidadania com enfoque maior na busca do envolvimento comunitário nos processos de desenvolvimento local, monitoria dos actos de governação e na defesa de serviços básicos de qualidade prestados pelo Estado aos cidadãos, Justiça fiscal de entre outros assuntos de interesse local.
A oficina terá como base o arsenal do Teatro do Oprimido constituído de jogos e exercícios alicerçados nas técnicas de criação, representação, construção de personagens e ensaio que ajudam a liquidificar os pedaços sólidos da amargura, deslizando para os recônditos das mentes identificados e combatidos. O Teatro do Oprimido desencadeia no interior de quem nele participa, independendo se como protagonista da cena ou mero espectador, posto que não existe numa sessão de Teatro do Oprimido uma fronteira entre o actor e o oprimido, actuando ambos em constante sincronia e interactividade.
Para que o espectador chegue ao clímax desejado e dar inicio ao processo de desconstrução dos modelos negativos de vida que infelizmente prevalecem, buscamos como fundamental, levar cada participante a um exercício de introspecção e, prepara-lo para compreender toda a mensagem teatral e efectivar uma leitura correcta dos factos a serem apresentados. Para alcançar este objectivo, damos grande atenção a língua e linguagem a usar, que devem ser o máximo possível de fácil identificação pela comunidade.
Nossa missão é estimular a plateia a procurar se encontrar dentro de si própria e em seguida, encontrar o caminho para a solução dos problemas que são vividos na peça que na verdade coincidem com os que localmente ocorrem, sendo por essa via, concretas as opressões apresentadas. Contribuindo neste desafio de construção de um mundo cada vez melhor. Com as ferramentas que o Teatro do Oprimido nos proporciona, o cidadão encontra na sua actividade quotidiana, nas suas opressões do dia a dia, nas suas inquietações, nas suas esperanças e na sua própria vida, o motivo e estímulo para uma libertação ideológica e com ele iniciar um exercício de consciência com relação a sua situação como indivíduo e como parte de uma comunidade.
A oficina de Montepuez será facilitada pelas curingas Hermelinda Simela e Ondina Nhampossa e terá uma duração de 40 horas. No final os participantes estarão habilitados a criar e apresentar publicamente peças de Teatro Fórum, estimular o debate e busca colectiva de alternativa para os constrangimentos do quotidiano comunitário. O evento conta com apoio da ActionAid Moçambique.