Três cidadãos de nacionalidade congolesa, identificados pelos nomes de Lobenga Dominique, Aristote Muke, este e a sua esposa Ahisha Fazili, encontram-se detidos nas celas do Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) de Nampula-Rapale acusados de caluniar o administrador do Centro dos Refugiados de Maratane, Fernando Armando Cheal.
Os visados queixaram-se, em carta enviada ao gabinete da governadora de Nampula, Cidália Chaúque, da má gestão por parte do administrador, incluindo detenções arbitrárias de cidadãos estrangeiros. Reclamaram, também, da alocação atrasada de mantimentos e vestuários.
A mesma missiva foi enviada ao Instituto Nacional de Refugiados (INAR), à Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), à PRM e ao governo do distrito de Nampula-Rapale.
Para além dos três cidadãos estrangeiros ora presos, os agentes da Polícia de um posto da corporação de Nampula-Rapale estão no encalço de outros dois indivíduos que, neste momento, se encontram em parte incerta. Eles abandonaram o Centro dos Refugiados de Maratane depois de tomarem conhecimento da perseguição que está a ser levada a cabo pela Polícia.
Os parentes dos cidadãos enclausurados entendem que a detenção de Lobenga Dominique, Aristote Muke e Ahisha Fazili constitui o abuso de poder por parte do administrador do Centro de Refugiados de Maratane. Não é a primeira vez que cidadãos estrangeiros são detidos injustamente, sobretudo quando exigem o respeito dos seus direitos.
Entretanto, a nossa Reportagem tentou, sem sucesso, contactar Fernando Cheal, supostamente porque estava indisponível. Aliás, a secretária do referido visado recomendou que os esclarecimentos em torno desse caso fossem feitos junto da ACNUR.