Moçambique esteve presente no Campeonato Mundial de Atletismo para pessoas deficientes entre os dias 19 e 28 de Junho do ano em curso na cidade francesa de Lyon. O país, que se fez representar por dois atletas, não conquistou nenhuma medalha, contudo, há quem tenha tido o mérito de quebrar o recorde africano na corrida dos 100 metros.
A delegação moçambicana era composta por apenas dois atletas e um treinador, nomeadamente Guildo Zacarias, Maria Muchavo e Narciso Faquir, respectivamente. Em masculinos, Moçambique competiu na prova dos 400 metros na deficiência visual T11 e 100 metros, T12, em femininos. Edmilsa Governo também estava na luta por este certame mas, à última hora, soube-se que não tinha alcançado os mínimos exigidos para se fazer presente em Lyon.
No que diz respeito às provas, Guildo Zacarias atingiu a final dos 400 metros, tendo terminado na oitava e penúltima posição da corrida, enquanto Maria Muchavo, que em termos competitivos não passou das meias-finais, bateu o novo recorde africano dos 100 metros, fixando em 13 segundos e 11 centésimos o tempo da corrida.
Narciso Faquir, seleccionador nacional, comentando sobre estes resultados logo após a sua chegada a Maputo, na semana finda, disse em exclusivo ao @Verdade que os seus atletas não puderam fazer melhor devido às condições climatéricas que não favoreceram, “ainda que seja um motivo de orgulho para o país, pois, como Guildo, nem todos podem chegar a uma final do ‘Mundial’, local onde desfilam os melhores do mundo”.
Para aquele treinador esta foi a melhor prestação de Moçambique numa prova internacional, que apesar de não ter conquistado alguma medalha colocou, uma vez mais, o nome do país no topo do atletismo africano, depois da Lurdes Mutola, pelo recorde batido por Maria Muchavo.
Contudo, Faquir lamentou a falta de patrocínios e de atenção, quer do Governo, quer do empresariado nacional durante a fase de preparação, entidades que, na sua óptica, preferem o futebol em detrimento das modalidades individuais, sobretudo aquelas que, com mais um pouco de apoio, podem devolver o país à fina-flor do desporto internacional.
“Nós nem sequer competimos internamente. Estava claro que não poderíamos trazer medalhas para o país. O que sucedeu aqui espelha a nossa realidade ainda que tenhamos, por esforço próprio, batido o recorde” disse.
No entanto, o nosso interlocutor referiu que na próxima edição do “Mundial” “iremos para conquistar medalhas, pois ficou provado que temos capacidade, só carecemos de um pouco mais de trabalho”.
De lembrar que esta foi a primeira vez que Moçambique participou naquele que é considerado o maior evento de atletismo para deficientes, organizado pelo Comité Paraolímpico Internacional (IPC). Refira-se que o próximo certame terá lugar na cidade brasileira do Rio de Janeiro, em Julho de 2015.
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