Dezenas de milhares de tunisinos saíram em uma demonstração de apoio ao governo islâmico do país no sábado, numa das maiores manifestações desde a revolução de 2011.
Cidadãos que apoiam o partido Ennahda lotaram a Praça Kasbah ao lado do escritório do primeiro-ministro na capital, Túnis. Membros do Ennahda disseram que mais de 150 mil pessoas compareceram, com fogos de artifício e bandeiras.
“Não aos golpes, sim às eleições”, gritava a multidão, em uma referência à expulsão do presidente islâmico eleito do Egito no mês passado.
A oposição está intensificando esforços para derrubar o governo de transição no país do norte da África. Ao mesmo tempo, as forças de segurança estão lutando para combater um aumento de ataques de militantes islâmicos radicais, a quem o islamita moderado Ennahda condena como terroristas.
O país, outrora considerado um modelo entre as democracias da “Primavera Árabe”, está a enfrentar a sua pior crise desde que os tunisinos derrubaram o autocrata Zine el-Abidine Ben Ali e desencadearam uma onda de revoltas em toda a região.
A oposição, indignada com o assassinato de dois dos seus membros e encorajada pela reação contra o presidente egípcio deposto, Mohamed Mursi, vem protestando diariamente.
Do outro lado da capital, cerca de 10 mil manifestantes da oposição se reuniram contra o governo. Eles prometeram uma marcha no domingo e um protesto ainda maior na quarta-feira, para marcar a morte do político Chokri Belaid, morto a tiros há seis meses.