O primeiro-ministro zimbabweano cessante, Morgan Tsvangirai, qualificou as eleições organizadas, esta Quarta-feira, no Zimbabwe de “nulas”, fazendo recear uma nova crise política neste país da África Austral.
Tsvangirai, principal adversário do Presidente cessante, Robert Mubage, às eleições presidenciais, declarou, durante uma conferência de imprensa, esta Quinta-feira (2), que o resultado do escrutínio não será validado devido a várias irregularidades.
Ele enumerou algumas lacunas como a falta de transparência na impressão dos boletins de voto bem como as alegações de intimidação e de fraude cometidas pelo partido ZANU-PF, no poder.
“É um simulacro de eleição que não reflecte a vontade do povo. Estamos muito conscientes das diversas manipulações ocorridas. Consideramos estas eleições nulas pois não respondem às normas da União Africana (UA) e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em matéria de eleições livres e equitativas”, indignou-se.
O primeiro-ministro não disse o que vai acontecer, mas revelou que as eleições vão marcar o início do fim para a ZANU-PF (União Nacional Africana do Zimbabwe e Frente Patriótica).
Ele sublinhou que muitas pessoas pensaram que o escrutínio, durante o qual os deputados e conselheiros municipais seriam igualmente eleitos, poria termo à crise política e económica registada no país.
“Mas, mais uma vez, os Zimbabweanos foram enganados. Eles (ZANU-PF) podem pretender cantar a vitória, mas a resolução da crise zimbabweana nunca foi tão próxima quanto agora”, afirmou o primeiro-ministro cessante, sem dar mais detalhes.
A taxa de participação foi elevada durante estas eleições realizadas sob a nova Constituição do país, aprovadas por referendo em Março último. No entanto, os observadores consideraram estas eleições pacíficas, apesar dos receios pré-eleitorais de violência.