Cidadãos ruandeses que tentam atravessar a fronteira congolesa para se deslocar à cidade de Goma, capital da província do Kivu-Norte, no leste da República Democrática do Congo (RDC), continuam a ser o principal alvo de ataques sistemáticos das forças da ordem congolesas, segundo a imprensa local.
O jornal “Kigali Today”, uma revista vernacular na internet, publica imagens chocantes dos ferimentos infligidos a um jovem ruandês agredido na cidade de Goma por soldados congoleses.
Esta agressão é o resultado duma campanha de incitação ao ódio contra os Ruandeses por algumas forças ocultas na cidade de Goma, escreve o jornal que nota que as perseguições contra Ruandeses tornaram-se sistemáticas por parte de alguns elementos das forças da ordem, nomeadamente na província do Kivu-Norte.
Interrogado pela PANA a partir de Kiggali, o presidente da Câmara do distrito de Rubavu, fronteiriço com a cidade de Goma, Cheick Hassan Bahama, indicou que a autoridade administrativa local já advertiu a população local, nomeadamente os moradores da cidade ruandesa de Gisenyi, gémea de Goma, das viagens “inúteis” no Kivu-Norte.
“Há o risco de agressão de Ruandeses, ou qualquer pessoa com a sua fisionomia, pelas forças da ordem congolesas no Kivu-Norte. Nós lhes desaconselhamos a ir lá”, acrescentou.
Este anúncio dum responsável administrativo local ruandês acontece na altura em que violentos combates de armas pesadas se intensificaram segunda-feira entre o Exército ruandês e os combatentes rebeldes do M23 nas localidades de Kanyarucinya e de Mutaho, próximo do Parque Nacional de Virunga, na parte congolesa situada perto da fronteira ruandesa.
Apesar da presença da Missão das Organização das Nações Unidas no Congo (MONUSCO), os habitantes de Goma continuam a deplorar a situação de terror nesta zona onde rebeldes do M23 estariam às portas de Goma com a possibilidade de lançar o ataque final contra a cidade.