Um forte contingente militar era esperado, na noite da Terça-feira (16), na Guiné Florestal, no sul da Guiné-Conakry, onde confrontos mortíferos entre as comunidades Konianké e Guerzés fizeram, segundo várias fontes, mais de 10 mortos desde Domingo passado.
O porta-voz do Governo, Albert Damantang Camara, assegurou que um segundo grupo de soldados rumava para a região de conflito com vista a trazer a calma depois dos confrontos.
As rixas começaram, Domingo de madrugada, depois do assassinato do jovem Kalil Kéita, um motorista considerado como “um ladrão” pelos seus assassinos originários de Koulé, aldeia do ex-chefe da junta militar, Moussa Dadis Camara.
Segundo a rádio nacional, o jovem Kalil Kéita e o seu colega Moussa Kéita, ambos cobradores de camião e da etnia Konianké, procuravam comida, na madrugada de Domingo, por causa do ramadão, quando foram detidos em Koulé pelos outros jovens armados de sabres, mocas, pistolas e outras armas brancas e mataram imediatamente Kalil com uma moca, enquanto o seu camarada do infortúnio, que tentou fugir, foi ferido a tiro.
A notícia do assassinato de Kalil em Koulé por jovens guerzés espalhou-se pela região meridional e dezenas de koniankés saíram à rua armados para tentar vingar-se do seu irmão.
Testemunhas asseguram que os membros dos dois campos foram degolados, outros queimados vivos, enquanto as casas eram incendiadas e barricadas erguidas nas localidades de N’Zérékoré, capital da região e de Koulé apesar de apelos à calma lançados pelas autoridades locais, nomeadamente os prefeitos e o governador.
Jovens de Guéckédou, da mesma região do sul que reclamam pertença ao campo presidencial, e os da oposição defrontaram-se violentamente há alguns meses antes de provocar cnfrontos intercomunitários que fizeram igualmente vários mortos.
Segundo vários observadores, a região do sul, que deve acolher em Outubro próximo as festividades do 55º aniversário da ascensão da Guiné à independência, é considerada como um paiol onde a violência é constante, como no caso de há alguns meses, quando o Exército disparou contra jovens que tentavam manifestar-se em Zogota para denunciar o seu afastamento por uma empresa brasileira que teria recrutado pessoas de outras localidades para irem trabalhar no seu sítio mineiro.