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Mamparra of the week: agentes e promotores de espectáculos musicais moçambicanos

Mamparra of the week: Saqueadores do Estado moçambicano

Meninas e Meninos, Senhoras e Senhores, Avôs e Avós

Os mamparras desta semana são os nossos agentes e promotores de espectáculos musicais que, ausentes que são, não tiveram iniciativa para organizar algo para nos desanuviar nas celebrações dos 38 anos da nossa independência . Não tiveram arte nem engenho.

A iniciativa foi de um cidadão angolano, Beto Kagamba, que fechou a brecha não materializada pelos mamparras desta semana. A independência nacional, que celebrámos desde a noite chuvosa de 25 de Junho de 1975, é a data maior de todos os moçambicanos.

Naquela noite, celebrou-se colectivamente o sonho da liberdade, do final do jugo colonial, da tirania, da escravidão, da humilhação…

Nada, diga-se, contra a iniciativa do cidadão oriundo do outro lado do Atlântico. A questão pertinente é: onde estavam os nossos agentes e promotores de espectáculos que desperdiçaram a soberana oportunidade de acalmar os corações apreensivos dos moçambicanos que andam entristecidos desde que os tiros voltaram a ecoar 21 anos depois?

Será que não conseguiram patrocínios ou estão com crise de imaginação? A tal auto-estima, vezes sem conta propalada pelo mais alto magistrado da nação, não lhes tem ecoado nos ouvidos? Ou entra-lhes de um lado e a seguir sai do outro?

Que tipo de agentes e produtores de espectáculos são estes? Ou estã(vam)o na lista de espera para conseguirem organizar os seus espectáculos por cima da pista de tartan do Parque dos Continuadores, ali onde se moldou a campeão olímpica, Lurdes Mutola?

É licito desconfiar que essa mamparrada possa estar em curso pois a destruição daquela pista está a meter cifrões em algumas contas bancárias de outros mais “empreendedores”. E a mamparrada foi tão bem fechada que o agente e/ou produtor Kagamba escolheu a Praça da PAZ para a realização do concerto que juntou vários músicos e cantores.

Não estou em crer que nenhuma das empresas gigantes do nosso mercado tivesse coragem suficiente de recusar patrocinar tal evento, uma vez que se tratava da celebração da nossa moçambicanidade.

Há dias em que creio que algumas mentes, quando atingem o estágio da menopausa intelectual criativa, deveriam submeter-se a um intenso tratamento aos neurónios para ver se despertam da longa hibernação.

É que não se tratando, começaremos a ver em todos os lugares, como mosquitos em debandada, eventos de datas genuinamente moçambicanas a serem organizados por qualquer atento que aterrou de pára-quedas na nossa pátria amada.

Alguém tem que pôr um travão neste tipo de mamparices.

Mamparras, mamparras, mamparras.

Até para a semana, juizinho e bom fim-de-semana!

Luís Nhachote

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