O primeiro-ministro do Governo provisório líbio, Ali Zeidan, anunciou, Quinta-feira (27), a demissão do ministro da Defesa, Mohamed Al-Barghathi, depois de confrontos armados e sangrentos registados Terça e Quarta-feira em Tripoli entre milícias armadas, que fizeram dez mortos, segundo um balanço provisório.
Falando durante uma conferência de imprensa, o chefe do Governo disse nomeadamente que “libertamos o ministro da Defesa das suas cargas e vamos designar, muito brevemente, um novo ministro para o substituir”. Ele anunciou, na mesma ocasião, a nomeação dum novo chefe do Estado-Maior para substituir o general Youssouf al-Mankouch, demissionário.
Evocando os confrontos mortíferos, Zeidan indicou que os mesmos fizeram cinco mortos e 97 feridos, incluindo mulheres e crianças. Ele precisou que os combates foram provocados pelo ataque perpetrado por uma força composta por mais de 100 veículos militares vindos da cidade de Al-Zantan contra dois edifícios situados no bairro de “Abou Salim” e que dependem respectivamente da Alta Comissão da Segurança e da Brigada dos Assessores do Ministério do Interior.
“Um povo que aspira ao desenvolvimento e à democracia não merece tais eventos”, disse o primeiro-ministro, indicando que o Governo e o Congresso Nacional Geral (Parlamento) “condenaram com força estes eventos deploráveis e penosos cujas consequências são negativas no real sentido do termo”.
Ele afirmou que estes confrontos esporâdicos devem-se à circulação das armas entre as mãos das populações civis e que “devemos pôr termo a estas coisas”. Ele anunciou que foi organizada uma reunião na sede do Conselho Nacional Geral para achar as vias e meios susceptíveis de resolver esta questão “com medidas rudes que permitam acabar com a circulação das armas entre as mãos dos civis”.
O encontro, acrescentou, decidou a evacuação, durante cinco dias, da caserna “Yarmouk”, palco dos confrontos, de todas as forças que aí se encontram. As autoridades decidiram igualmente evacuar a grande cidade de Tripoli e os seus subúrbios de todas as milícias ilegais.
Zeidan, cujo Governo não conseguiu restabelecer a sua autoridade nas diferentes cidades do país devido ao desdobramento das milícias, afirmou que as manifestações organizadas sem razão nos sítios petrolíferos e a nivel das estruturas sensíveis do Estado são “actos criminosos”.
Ele precisou, no mesmo contexto que o Governo vai propor um projecto de lei que penalize estes actos ao Congresso Nacional Geral. Apelou, finalmente, aos Líbios para preservar as prerrogativas da nação, “actualmente ameaçadas”.