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Multidão sai às ruas por “legítimo” líder egípcio Mursi

Dezenas de milhares de partidários islamistas do presidente egípcio, Mohamed Mursi, reuniram-se no Cairo depois das orações da Sexta-feira (21), numa demonstração de apoio ao chefe de Estado eleito, antes dos protestos que os seus opositores esperam possam forçá-lo a deixar o cargo.

Multidões seguiram em direcção a uma mesquita no subúrbio da cidade de Nasr, muitas pessoas agitando a bandeira nacional, outras carregando fotos do presidente, a fim de demonstrar a força em número dos islamistas antes dos comícios da oposição, marcados para 30 de Junho, o primeiro aniversário da posse de Mursi.

“Sim a respeitar a vontade do povo!”, dizia uma das faixas. “Há pessoas que procuram um golpe contra a ordem legal”, disse o manifestante Gaber Nader, de 22 anos, a cabeça protegida do sol causticante por uma faixa verde da Irmandade Muçulmana de Mursi, o movimento cuja força organizacional lhe rendeu sucessivas vitórias eleitorais desde a queda de Hosni Mubarak em 2011.

“O dr. Mursi ganhou em eleições justas e livres como em qualquer Estado no mundo”, disse Nader, rejeitando preocupações entre a oposição menos organizada de que a Irmandade esteja atrás de um monopólio do poder e queira instalar o regime islâmico e a ordem social. “Os partidos seculares estão a comer a democracia que Deus lhes deu”.

Os oponentes de Mursi dizem ter reunido cerca de 15 milhões de assinaturas – mais do que os 13 milhões de votos que elegeram Mursi há um ano – numa petição pedindo que ele renuncie; eles dizem que novas eleições poderiam acabar com a polarização paralisante da sociedade, embora nenhum líder óbvio tenha surgido para arquitectar um consenso.

Os oponentes de Mursi atraíram apoio de muitos egípcios que são menos engajados politicamente, mas estão exasperados com a estagnação económica sob os islamistas.  Ps simpatizantes da Irmandade sentem que o sucesso eleitoral está sob o cerco de instituições não eleitas e interesses escusos enraizados na era Mubarak, quando o seu partido foi banido.

Reflectindo isso, algumas pessoas na multidão da Sexta-feira – a maioria homens, com poucas mulheres cobertas com véus – gritavam “expurgo no judiciário!” e “um expurgo na mídia!” Não houve problemas evidentes no Cairo, onde as pessoas lotaram as ruas por centenas de metros ao redor do ponto de reunião na mesquita; houve confrontos na Alexandria, quando os simpatizantes e opositores de Mursi enfrentaram-se brevemente na segunda maior cidade do Egito.

O comício da Sexta-feira foi realizado perto do local onde os islamistas mataram a tiros o antecessor de Mubarak, Anwar Sadat, em 1981.

Àquela altura, a Irmandade tinha renunciado à violência, mas sofreu uma repressão depois da morte de Sadat, assim como linhas-dura do al-Gamaa al-Islamiya, que estavam envolvidos no assassinato.

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